Futebol

Carlos Germano protege Diogo Silva e não vê opções no mercado

Até hoje Carlos Germano é um dos mais assediados aonde o Vasco chega pelo Brasil afora. Em Manaus, após o treinamento num clube no centro da cidade, foi o último a entrar no ônibus, de tanto que atendeu os vascaínos amazonenses. Perto do fim das atividades, pediu paciência aos torcedores para treinar até o último minuto Diogo Silva. O goleiro vascaíno, contestado por boa parte da torcida, principalmente em São Januário na derrota por 3 a 2 para o Grêmio, ralava na grama e escutava os conselhos do ex-goleiro, titular do time por quase uma década.

Sem a chance de trazer Helton, que foi o substituto de Carlos Germano em 2000, o preparador de goleiros disse, mais uma vez, que prefere dar oportunidade a Diogo do que trazer reservas de outros clubes. Sem citar nomes, referia-se a outras sondagens do clube, como aconteceu com Ricardo Berna (ex-Fluminense, hoje no Náutico), Renan (reserva de Jefferson) e Julio Cesar (reserva do Corinthians). Para ele, não são nomes incontestáveis e que vão chegar para acabar com a cobrança excessiva do torcedor.

- A intenção maior nossa sempre foi o Helton. Foi o que deixei claro para o Ricardo, e ele também pensa isso. Mas não foi possível. Só para o ano que vem. Das possibilidades do mercado, eu não sei se tem muita coisa para trazer. Sempre fui da opinião do seguinte: vai trazer um goleiro, e acaba não rendendo, aí daqui a pouco você está com seis, sete goleiros dentro do grupo. Não é esse o pensamento – diz Germano.

Com a experiência de uma carreira vitoriosa pelo Vasco e passagens pela seleção brasileira (Germano foi à Copa do Mundo de 1998), o preparador insiste que o maior investimento do clube nesse momento é Diogo Silva. Nas palavras de Germano, o jogador de 27 anos fez boas partidas, embora não tenha ido bem em outras. Mas ele enxerga potencial no profissional, que despontou no Nova Iguaçu no Estadual em 2011.

Sobre as vaias da torcida, Germano não vê problemas para Diogo. Diz que conversou com o goleiro desde a última partida contra o Grêmio, na viagem e no avião. O preparador lembra que estreou em 1990 e falhou no seu primeiro jogo. Na época, o titular era Acácio e o reserva Régis. No ano seguinte, foi para a seleção olímpica e esperou um pouco mais pela sua oportunidade, que só veio definitivamente em 1992, no Carioca, com Joel Santana.

- Não é bom para nenhum jogador a vaia, esse descontentamento. Mas no jogo (contra o Grêmio) a gente percebeu que teve uma turma vaiando e outra batendo palma, acho que viram que tem que incentivar porque ele precisava terminar o jogo e é o goleiro que a gente tem para terminar o Brasileiro – lembra o ex-goleiro do Vasco, que reconhece falhas, mas ameniza nas críticas que faz ao seu comandado.

- Ele é um bom goleiro, vejo qualidade, ele já nos ajudou em algumas situações. Acho que ele vem relativamente bem nos jogos. Lógico que houve situações de deslizes, que acontecem, talvez pelo tempo sem jogar, talvez por estar num time grande, que é uma novidade para ele, precisa ainda desse amadurecimento. Acho que no decorrer do tempo ele adquire isso. É questão de tempo e do time ir se acertando, como já acontece com Dorival.

De antemão, além de não defender a contratação de nenhum goleiro que chegue sem status de titular absoluto, Germano também não crê em nova mudança de titular no gol do time. Ele lembra que em 2008 um rodízio (Tiago, Roberto e Rafael) não deu certo.

- Acredito no seguinte: essa estabilidade e confiança o goleiro só adquire jogando e realizando boas partidas. A gente teve esse episódio (de rodízio) em 2008, e culminou na queda para a Segunda Divisão. Acho que é um caminho muito ruim essa mudança constante no gol. Você tem que bater pé firme em uma situação, lógico que sem prejudicar bastante o clube, e tentar fazer com que esse profissional cresça de produção – diz o goleiro do Vasco.

Fonte: ge