Carlos Alberto trocaria vaga no time da Libertadores por título
RIO Nuvens carregadas, chuva quase o tempo todo, temperatura baixa e, no campo do quase deserto estádio, alguns reservas treinando até escurecer. O clima sombrio de São Januário, na tarde desta segunda-feira, combinava com um clube que tentava se recuperar após a perda da Taça Rio para o Botafogo. A proximidade de um novo desafio, nesta quarta-feira, contra o Lanús, pelas oitavas de final da Libertadores, traz sentimentos opostos aos vascaínos. Há pouco tempo para lamentar, curtir a ressaca pela eliminação no Estadual. O futebol apresenta uma nova chance de se reerguer. Mas, ao mesmo tempo, um novo tropeço pode fazer com que a semana custe todo o semestre ao Vasco.
O jogo de ida contra os argentinos tem o peso de uma nova decisão. Para tanto, o discurso no clube é de virar a página. Mas a pressão se tornou mais forte. O Vasco precisa construir um bom resultado para levar alguma vantagem para a Argentina, onde será a partida de volta. Se for eliminado no confronto, terminará o primeiro semestre sem ter alcançado qualquer um de seus objetivos. Por enquanto, até a torcida ainda vive o clima da ressaca. Até esta segunda-feira, apenas 3.536 ingressos foram vendidos.
Mas existe no Vasco quem viva um momento oposto. Se o time enfrenta uma nova provação e se vê pressionado, Carlos Alberto experimenta o sabor de conquistas pessoais em seu retorno ao clube. O meia foi dos poucos jogadores que deixou a decisão com o Botafogo com uma avaliação positiva por parte da torcida. Desde que foi reintegrado ao elenco, vem tendo boas atuações e melhorando a forma física. Inscrito na Libertadores para a fase de mata-matas, ficará no banco nesta quarta-feira pela primeira vez no torneio. Como ele queria, vem dando um passo de cada vez. Mas se esforça para não dar peso exagerado ao seu progresso, em especial num momento em que o time vem de derrota.
Eu trocava tudo isso pelo título da Taça Rio. A derrota maltrata a gente. Em decisão, não tem como individualizar a performance. Daqui a dez anos, ninguém vai dizer que este ou aquele jogador atuou bem. Vão lembrar que o Botafogo foi campeão disse o meia, após ter participado do treino dos reservas com campo pesado em São Januário.
Página virada
Antes do treino, o técnico Cristóvão Borges reuniu o time para uma conversa de aproximadamente meia hora. Além do treinador, vários jogadores se posicionaram. Uma das preocupações é neutralizar os reflexos que a derrota no clássico possa ter no jogo contra o Lanús. Para Carlos Alberto, era natural que o ambiente ontem ainda fosse de lamentação. Mas, segundo ele, a página será virada.
Não é fácil digerir. Acho que hoje (nesta segunda-feira) a gente ainda pode se dar ao direito de sentir a perda. Mas o futebol de alto nível te dá em dois dias uma chance de colocar uma pedra nisso. Neste momento, o corpo de todo mundo aqui está bem treinado. A questão é descansar a mente. Jogo de Libertadores é outra história e vai estar todo mundo com a cabeça legal para buscar o resultado disse Carlos Alberto. Na verdade, não estou muito preocupado. Aqui tem um time de muita qualidade e acostumado a vitórias e derrotas. As coisas vão acontecer.
O meia não teve como escapar de falar sobre o seu desempenho e sobre a possível pressão sobre Cristóvão para usá-lo como titular. Carlos Alberto não se vetou. Disse estar disposto, se for o caso, até a entrar de início. Mas fez questão de deixar o treinador à vontade.
A questão física ainda pega um pouco. Mas os jogos têm tido exigência grande e isso ajuda, impulsiona. Não quero ficar colocando pressão no Cristóvão. Tenho objetivos, tracei minhas metas, mas daqui a pouco as coisas vão acontecer. Claro que fico ansioso. Se ele optar por mim de início, eu vou dentro. Em campo, você supera coisas que a ciência não explica. Mas se ele quiser me usar dois, cinco minutos ou nem me usar, vou estar à disposição. É o Cristóvão quem vai saber a hora certa de me aproveitar.
Os ingressos para o jogo com o Lanús continuam a ser vendidos nesta terça-feira, das 10h às 17h, nas bilheterias 9 e 11 de São Januário, Calabouço, Engenhão e num posto de gasolina em Botafogo, na Rua General Góis Monteiro, 195. Arquibancadas custam R$ 60, cadeiras sociais custam R$ 100 e o setor premium, R$ 150.
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