Carlos Alberto conta como nasceu a mística pela 19
O número 19 virou uma marca na carreira de Carlos Alberto. Está estampado nas costas quando entra em campo, foi tatuado no braço esquerdo e aparece até no endereço do site oficial do jogador: www.ca19.com.br. E toda esta história nasceu junto com uma das amizades mais fortes que o capitão vascaíno fez no futebol. Em 2004, ao deixar o Fluminense e chegar ao Porto, o meia encarou um problema. A camisa 10, que havia o acompanhado por anos e anos, já tinha um dono: Deco, então ídolo do clube.
Carlos Alberto não tinha outra opção. Precisava escolher um outro número para jogar. A mudança teve um dedo do técnico português José Mourinho, comandante do time luso naquela época e que, hoje em dia, treina o Real Madrid, da Espanha.
- É uma história engraçada. Os grandes jogadores sempre usam a camisa 10 e comigo não era diferente. Quando eu cheguei, o (José) Mourinho me perguntou com qual número eu queria jogar. Não pensei duas vezes: \"Quero a 10\". Ele respondeu: \"Está maluco? Esse é o número do Deco\". O Mourinho então continuou: \"Garoto, você tem personalidade, mas vai jogar com a 19. E 1+9 é igual a 10. Você vai fazer 19 anos, vamos ganhar tudo. Esse ano vai ser marcante na sua vida e você vai jogar com a 19 o resto da sua carreira\" - relembrou Carlos Alberto, que abriu as portas de casa, no Rio de Janeiro, para a reportagem do GLOBOESPORTE.COM.
Feijão, apelido que ganhou rapidamente em Portugal, gostou da ideia. E sem a possibilidade de jogar com a camisa 10, Carlos Alberto seguiu o conselho de Mourinho e estampou 1+9 em seu uniforme no Porto. Era o começo de um casamento cheio de conquistas.
- Tinha o símbolo de \"+\" bem pequeno entre o 1 e o 9. Em outros clubes eu fiz a mesma coisa - contou o jogador, que também tem o número 19 tatuado no braço.
No armário, uma vasta coleção de camisas de futebol. São cerca de 150, de clubes e jogadores de todo o mundo. Mas três delas chamam a atenção, todas do apoiador Deco, recém-contratado pelo Fluminense. Uma do Chelsea, uma do Porto e outra do Barcelona. As peças não fazem parte do acervo de um colecionador, mas sim do capitão Carlos Alberto, estrela do Vasco. E ele acusa o golpe quando percebe que uma delas está fora do lugar.
- Opa! Cadê a camisa azul do Deco? Esse lugar aqui é sagrado, ninguém mexe. Quando não estou, raramente alguém aparece aqui - relatou o capitão vascaíno.
A sala fica no terceiro andar da casa onde o apoiador mora, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro. E curiosamente, o dono das camisas que o jogador tem orgulho de mostrar será o seu adversário no clássico deste domingo, às 18h30m (de Brasília), no Maracanã, pela 15ª rodada do Campeonato Brasileiro. Além dos uniformes do amigo, o capitão vascaíno tem exemplares do francês Zidane, dos tempos de Real Madrid, e do atacante Ronaldo Fenômeno, utilizada na semifinal da Copa do Brasil de 2009.
Carlos Alberto, que também tem um painel com os seus feitos no Porto, de Portugal, na parede que antecede o andar de sua coleção, fez questão de explicar o carinho que tem por Deco.
- Sou suspeito para falar dele. Tenho quase todas as camisas do Deco. Quando eu cheguei a Portugal, o Derlei e o Deco foram os caras que me ajudaram. Aquela performance que eu tive naquele ano, a participação dele comigo foi fundamental. Ele está ligado diretamente ao meu desempenho. Sou grato a ele por isso. As camisas são a forma de eu externar a minha gratidão para as pessoas que me ajudaram - contou Carlos Alberto.
O capitão vascaíno revelou ter conversado com Deco após o amigo ter acertado a vinda para o Fluminense. O jogador elogiou o investimento do arquirrival e contou uma brincadeira que fez com o adversário deste domingo, no Maracanã.
- Até hoje o Deco me chama de Feijão. Mas eu disse a ele que cresci. Eu fico contente pelo espetáculo porque um jogador como ele vai abrilhantar a partida. Eu perguntei para ele se não tinha uma hora melhor para estrear. Mas espero que o Vasco leve a melhor - disse o jogador.
Além dos uniformes, o santuário de Carlos Alberto tem outras relíquias. O jogador guarda dentro uma proteção de vidro a bola da final da Liga dos Campeões de 2004. Em uma outra prateleira, os principais troféus conquistados na carreira, inclusive uma réplica da taça da competição continental. E esse ele pega, acaricia e admira com carinho.
- Foi difícil vencer esse - afirmou o jogador.
Neste sábado, confira a segunda parte da entrevista exclusiva com o capitão vascaíno, no GLOBOESPORTE.COM. Carlos Alberto fala do convício com a família, da paternidade e do que pensa em fazer após encerrar a carreira.
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