Carlos Alberto, antes estressado, revela perfil equilibrado
A fama de estressado não acompanha o meia Carlos Alberto, do Vasco, à toa. O histórico do jogador, muitas vezes explosivo, acabou construindo uma imagem que ele tenta afastar, aos 28 anos. Mas ele não nega que já perdeu a cabeça muitas vezes, principalmente em situações de pressão, o que não aconteceu apenas no clube atual. Os fatos alertaram para a necessidade de buscar uma forma de lidar com o estresse e combatê-lo. A técnica de controle através da respiração é um dos aliados.
- Eu treino muito técnicas de respiração, principalmente nas vésperas de jogos, antes de dormir, para você estar um pouquinho mais tranquilo. Tem horas que não tem nem que treinar muito, tem que treinar a cabeça, né? Sempre fiz trabalho com psicólogos e sempre gostei de cuidar desta área - afirmou.
Apesar da maturidade, que fez com que ficasse mais atento aos perigos do estresse, muitas vezes provocado pelo excesso de pressão sofrida pelos atletas, Carlos Alberto é sincero ao admitir que não está livre de cometer atitudes por impulso e reforçar a fama. No entanto, ele tem evitado ao máximo repetir cenas marcantes na carreira, como a briga com Tevez e a discussão com Leão, quando atuou no Corinthians, e o recente desentendimento com Bernardo, companheiro de equipe, na final da Taça Guaranabara.
- Sempre me senti um cara muito autêntico. Em alguns momentos eu me excedi, não tenho vergonha de falar isso. Confesso que já cometi alguns excessos. Hoje em dia, me considero um cara controlado. Apesar de você estar com mais controle, está sujeito a chuvas e trovoadas como todo mundo e a gente pode cometer erros. Mas hoje estou bem mais equilibrado e procuro buscar isso. E com a idade, a ansiedade vai diminuindo e você passa a usar mais a cabeça do que a força - afirmou.
Muitas reações impulsivas também terminaram em expulsões ou causaram polêmicas até mesmo fora de campo - quando jogava no Grêmio, ele discutiu com torcedores por uma rede social e, posteriormente, acabou se desculpando.
E ele não é o único. No futebol brasileiro, outro exemplo é Luis Fabiano. Ele admite que não consegue controlar a explosão em algumas situações de jogo, o que justifica a coleção de cartões e suspensões. Embora reconheça a necessidade de mudar, ele não considera a missão fácil.
- Vou fazer de tudo para me controlar, não sei se vou conseguir - disse, em entrevista recente ao programa \"Esporte Espetacular\".
Mundialmente, quem ficou eternizado por uma atitude impulsiva foi o francês Zinedine Zidane, após dar uma cabeçada no italiano Marco Materazzi, na final da Copa do Mundo da Alemanha, em 2006. A imagem marcou a carreira do jogador, que se despediu do futebol naquela ocasião.