Futebol

Carioca sofre com queda de público e desanima FERJ

A Ferj e alguns dirigentes enchem a boca para falar que o Carioca é o estadual mais charmoso do Brasil. Mas os números de público da atual edição e as situações que fazem a comédia se misturar à tragédia dizem o contrário.

A média de público até a quarta rodada da Taça Rio é de 2.725 pagantes/jogo. Pode parecer aceitável, se for levado em conta o número de 2012 (2.419 pagantes/jogo, segundo dados da Ferj). No entanto, o prognóstico para a reta final do campeonato não é nada animador. Afinal, o Engenhão foi interditado. Quando o alto valor dos ingressos, o baixo nível técnico e a falta de estrutura de alguns estádios são somados a isso então...

- É óbvio que o público será afetado. Perdemos um equipamento de 40 mil pessoas e o mais próximo que temos disso são estádios para 20 mil - afirmou ao LANCE!Net o presidente da Ferj, Rubens Lopes.

Os reflexos da ausência do estádio (que só esteve com lotação máxima na final da Taça Guanabara), ocasionada por um problema estrutural, já começaram a serem vistos. Primeiro foi o duelo Fluminense x Macaé, que precisou ser transferido às pressas para São Januário e registrou 703 pagantes, o pior público do atual campeão brasileiro na temporada (dono do pior desempenho de público entre os grandes).

Nesta quarta, o clássico entre Vasco e Botafogo, transferido para o Raulino de Oliveira, em Volta Redonda, tem grandes chances de ser uma decepção de público. Foram colocados à venda 15.950 ingressos. Para piorar, a venda antecipada nem foi tão antecipada assim: começou só às 12h da véspera da partida. Além dos dois estádios já citados, Moça Bonita também é uma válvula de escape com pouca oferta de espaço nas arquibancadas.

No universo dos times de menor investimento, com estádios que não são capazes nem de ter jogos à noite, por falta de iluminação, o cenário é de um deserto nas arquibancadas. A média só dos pequenos no Carioca - levando em conta também os duelos contra os \"ricos\" - é de 1.104 pagantes/jogo. Se a presença dos grandes for descartada, o dado curioso é o seguinte: só uma partida superou a marca de mil pagantes: Friburguense x Audax. E tome jogo na casa dos 200 ou 300 pagantes...

Se os dirigentes argumentarem que a média de público é puxada em excesso para baixo por causa dos pequenos, os números dos grandes vai desmenti-los. Flamengo, Fluminense, Botafogo e Vasco têm, juntos, uma média de 6.920 pagantes/jogo.

Para trazer mais gente para os estádios, Ferj - que usa o argumento de que o Carioca tem sim público, mas a maior parte dele acompanha só pela TV - até já encomendou pesquisa para saber como melhorar o quadro. Mas pelo que os números mostram, uma revolução no Carioca - que se mostra cada vez mais urgente - não tem passado de mero discurso político.


FUNCIONA OU NÃO?


Segurança - Os casos de violência e brigas entre torcidas dentro dos estádios sumiram e o controle dos confrontos longe dos locais dos jogos tem sido maior


Horário dos jogos -Extremos. Há caso de grande jogando às 16h de quarta-feira e, o mais comum, no controverso horário das 22h, com jogo acabando às 0h


Acesso aos estádios -Nada de trem ou metrô para São Januário. Volta Redonda será a casa dos clássicos e Moça Bonita fica em um extremo da cidade

Preço dos ingressos -O valor foi reajustado - para cima - neste ano no caso dos confrontos grande x pequeno: R$ 40. Com o Engenhão \"vivo\", tinha arquibancada a R$ 60.

Número de participantes - Campeonato tem 16 clubes e dá brecha para grandes abusarem do uso de times reservas ou mistos (vide o Fluminense neste ano)

Formato da disputa - Turno e returno aumenta o número de jogos decisivos no mata-mata, garantindo mais emoção do que os pontos corridos.

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Fonte: Lancenet!