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Carille vem cumprindo suas ideias no Vasco à risca; versão

Há 21 dias, quando foi apresentado como novo técnico do Vasco, Fábio Carille pediu tempo para avaliações internas no início de trabalho, mas cravou uma das suas ideias para o cruz-maltino: ter a posse de bola e controlar o jogo. Em duas partidas no comando da equipe, vem cumprindo isso à risca. Sua versão do Vasco, vista na vitória por 2 a 0 sobre o Madureira e na goleada por 4 a 1 sobre a Portuguesa, vem se caracterizando pela força do meio-campo.

Com a exceção de Philippe Coutinho, que ganhou liberdade no ataque e menos responsabilidades defensivas, o setor vem sendo composto por atletas que não eram titulares em 2024. Jair e Paulinho, que passaram o último ano praticamente inteiro recuperando-se de lesões graves, ganharam a companhia de Tchê Tchê, uma das contratações da temporada, para formar um trio que traz equilíbrio às ações do Vasco no campo.

O cruz-maltino terminou as duas partidas com posse de bola acima de 55% (57% e 58%). Contra o Madureira, estreia de Carille e do elenco principal, trocou 45% dos passes no centro do campo e 30% em seu campo de defesa. Já contra a Lusa, o número aumentou para 55% pelo meio e apenas 21% na defesa. Os números são do Sofascore.

O destaque do setor passa também pela amplitude de opções. Com o trio citado iniciando o ano como titular, o Vasco ganhou qualidade no banco, como Mateus Carvalho, Hugo Moura e Maxime Dominguez. No domingo, os dois últimos entraram no segundo tempo e deram assistências para o terceiro e o quarto gols da partida. No mesmo jogo, Paulinho encontrou Coutinho no golaço que o camisa 11 marcou ainda na primeira etapa. O próprio Paulinho, contra o Madureira, também já havia marcado com passe de Tchê Tchê. Não menos importante, Payet fez dois ótimos jogos quando foi acionado.

Se o meio-campo tem desempenhado bem, a transição ofensiva ainda é um fator a evoluir nos próximos jogos. O cruz-maltino ainda enfrenta Maricá e Volta Redonda antes de fazer o primeiro clássico do ano, contra o Fluminense.

Até aqui, o esquema adaptado ao elenco tem funcionado. Mas os atacantes de lado e velocidade, pedido de Carille que ainda não foi cumprido, serão importantes para explorar os espaços que surgirem contra adversários mais fortes.

— A característica do nosso grupo hoje, onde que eu tenho que achar alternativas, não tem o jogador para atacar espaço. Não tem, é característica, eu posso melhorar, eu posso pedir (para um jogador sem essa característica), mas vai fazer uma vez ou outra, não vai ser uma ideia desses caras atacarem espaço. A gente vai ficar com a bola. É isso que eu quero, é isso que eu vou trabalhar e é isso que eu vou insistir — analisou Carille após a vitória contra a Portuguesa.

Veja os meias utilizados por Carille nas duas partidas e seus números nelas:

  • Tchê Tchê: dois jogos (dois como titular) e uma assistência
  • Jair: dois jogos (dois como titular)
  • Paulinho: dois jogos (dois como titular), um gol e uma assistência
  • Coutinho: dois jogos (dois como titular) e um gol
  • Hugo Moura: dois jogos e uma assistência
  • Maxime Dominguez: dois jogos e uma assistência
  • Mateus Carvalho: dois jogos
  • Payet: dois jogos

Fonte: Extra Online