Futebol

Cantora Teresa Cristina: "Eurico só faz mal ao Vasco, tem que sumir do mapa"

Para o samba não perder o compasso, recomenda-se separar flamenguista para um lado, vascaíno para o outro. Mesmo amigos de muitos carnavais, quando os sambistas Diogo Nogueira, rubro-negro até morrer, e Teresa Cristina, cruzmaltina fanática, se encontram, já se sabe, o couro come.

Se Diogo, filho do saudoso João Nogueira, é flamenguista de berço, Teresa Cristina escolheu torcer para o Vasco em sinal de rebeldia. Em 1977, após o time de Roberto Dinamite sagrar-se campeão estadual (venceu os dois turnos, teve o ataque mais positivo e a defesa menos vazada), Teresa decidiu torcer para o clube de São Januário para implicar com as irmãs, rubro-negras.

Após anunciar que, oficialmente, era vascaína a partir daquela data, o couro comeu na casa de Noca. Teresa apanhou das irmãs, distribuiu alguns sopapos, mas não voltou atrás. Passou a fazer parte da torcida Pequenos Vascaínos e não perdia um jogo sequer do time.

“Eram tempos maravilhosos. O Vasco tinha uma timaço e não havia violência nos estádios. A rivalidade já era enorme, mas não havia essa coisa horrorosa de matar ou morrer. Não deixo de ir ao Maraca, mas sinto certo medo”, admite a cantora e compositora de 40 anos.

Diogo Nogueira nasceu no ano em que o Rubro-Negro conquistou o mundo: 1981. Em casa, o assunto variava entre samba e Flamengo. Quando garoto, gostava tanto de futebol que foi tentar a sorte, como atacante, no antigo Rio de Janeiro, clube de Zico. Mas aos 23 anos, quando se preparava para uma fase de teste no Cruzeiro de Porto Alegre, uma lesão no joelho esquerdo pôs fim ao velho sonho, e o samba ganhou o jogo.

“Ainda bato as minhas peladas e não perco um jogo do Mengão quando estou de folga. Também gosto de ir à Gávea conversar com os jogadores”, conta Diogo, que usava a camisa 10, um presente de Renato Augusto.

Por falar em camisa, Teresa Cristina coleciona várias de clubes estrangeiros. Ama o futebol inglês, é fã do português Cristiano Ronaldo e adora ver qualquer jogo internacional. Está por dentro de tudo o que acontece no Brasil e no mundo quando o assunto é futebol.

Além do amor pelo esporte e pela Portela, Teresa e Diogo têm outra coisa em comum: a aversão explicíta ao presidente do Vasco. “O Eurico Miranda só fez mal ao meu clube. Tinha que sumir do mapa, de vez”, diz Teresa. “Na verdade, ele faz mal a todo o futebol brasileiro”, completa Diogo Nogueira.

Muitas brincadeiras e provocações depois, os dois se despedem e combinam novo encontro após o clássico. Com a promessa de que o vencedor cantará para o outro o sucesso de Beth Carvalho: “Chora, não vou ligar...”

Fonte: O Dia Online