Candidatos ao governo do RJ falam sobre possível concessão do Maracanã
Palco da final da Copa do Mundo de 2014 e da abertura e do encerramento dos Jogos Olímpicos de 2018, o Maracanã deixou de ser apenas um símbolo do Rio para se tornar também a imagem de um estado em frangalhos que gastou mais do que podia e já não tem a capacidade de manter luxos de outros tempos. Nesta terça-feira, após o debate organizado pelos jornais O GLOBO, Extra e pela revista Época, em parceria com a universidade Estácio, os candidatos ao governo do Rio foram ouvidos para apresentarem suas propostas para o futuro do principal estádio do país.
Entre os quatro candidatos presentes no estádio, Eduardo Paes (DEM), Anthony Garotinho (PRP), Indio da Costa (PSD) e Tarcísio Motta (PSOL), todos desejam o encerramento da concessão do Maracanã S.A., que é liderado pela Odebrecht. Candidato que se ausentou do debate, Romário Faria (DEM) se manifestou através de nota e não deixou claro seus planos sobre o futuro do estádio.
Há uma semana, o ex-governador Sérgio Cabral (MDB), atualmente preso, foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) por receber R$ 79 milhões em propinas da Odebrecht. Desses, R$ 8,5 milhões teriam sido recebidos devido à reforma do estádio para o Mundial de 2014. A denúncia foi feita com elementos de delações premiadas de executivos da empreiteira no Supremo Tribunal Federal (STF).
Eduardo Paes (DEM)
“Tem que se manter como uma concessão, mas aliado dos clubes, prioritariamente Fla e Flu. O Vasco já tem um estádio (...), o Botafogo tem o Engenhão. É desenvolver um modelo que todos participem e tenham protagonismo. Os clubes são os atores principais do Maracanã. Eles que definem o preço do ingresso. Não acho que deva passar para o estado. Já fui num tempo superintendente da Suderj e conheço a história do Portão 18.”
Romário (Podemos)
“O Maracanã hoje é administrado por uma empresa, mas ele não é dela e nem do Estado. O Maracanã é da população. É um local que tem uma forte identidade carioca, que foi e é frequentado por milhares de pessoas. O Maracanã não é mais como era antigamente, mas continua importante. Pela relação especial que tenho com o estádio, todos os projetos para sempre serão vistos com carinho por mim”.
Garotinho (PRP)
“Sobre o Maracanã, a visão é clara: vamos rescindir de vez esse lenga lenga com a empresa e fazer uma licitação. Em uma licitação, pode entrar um clube, dois, três, uma empresa privada. Tinha a Lagardère interessada. Após as reformas, o custo aumentou, mas agora há mais potencial para exploração comercial. Enxergamos espaço ocioso até para instalar universidade. Pior é estar como está”.
Tarcísio Motta (PSOL)
“Precisamos retomar o controle público ali também. E pensar o Maracanã como um complexo: Júlio de Lamare, Célio de Barros, Escola Friedenreich. E é preciso voltar a popularizar o Maracanã, que é um patrimônio da cidade e do estado. Fazer uma auditoria naquele processo da última reforma para poder investigar de fato toda a questão da corrupção feita ali e cobrar, retomando o controle público”.
Indio da Costa (PSD)
“No Maracanã, é licitar. Dizem que tem um consórcio, mas, na verdade, não é um consórcio. É a Odebrecht que está tocando o Maracanã, e não tem nenhum controle. Não tem nenhum acompanhamento do que acontece. A ideia é assumir o Maracanã para relicitar como concessão e não com privatização, porque o bem é público. A ideia não é entregar o bem, mas o Maracanã ter um outro uso, diferente do que tem hoje”.
Fonte: Agência O GloboMais lidas
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