Futebol

Campeão pela série B, Amaral quer usar experiência no Botafogo

A posição de primeiro volante é a de maior marcação em campo e joga entre o meio-campo e a defesa, a fim de dar sustentação ao sistema defensivo. Para atuar ali é preciso ser batalhador e combativo, característica que Carlos Rafael do Amaral, ou só Amaral aprendeu cedo.

— Tive que lutar muito, foi uma infância bem sofrida em Mogi. Tenho oito irmãos, não tenho pai e minha mãe criou todo mundo. Com 13 anos, fui para Jundiaí (jogar no Paulista) e não voltava aos fins de semana porque minha mãe não tinha condições de bancar — conta o jogador.

Amaral terá quatro meses para mostrar seu futebol ao Botafogo e, nas chances que tiver, vai lutar pela bola assim como tentou — e conseguiu — ajudar a família.

— Acabei vencendo na vida. Fui jogar em Jundiaí. A primeira coisa que fiz quando ganhei um dinheirinho foi ajudar minha mãe e meus irmãos. Batalhei bastante.



Para o jogador, que vem do Cruzeiro, a experiência de vida vai ajudar na hora de entrar em campo, que pode ser na quarta-feira contra o Palmeiras. O jogador deve ficar como opção no banco de reservas.

— Ajuda em campo sim. Comecei muito cedo no profissional, com 17 anos já estava no Paulista. Ganhei experiência muito cedo, aprendi a me virar muito cedo — disse Amaral, que nunca pensou em desistir do sonho de ser jogador de futebol:

— Minha mãe saía para trabalhar e eu cuidava dos meus irmãos mais novos. Tenho três irmãos mais velhos do que eu. Lá, os mais velhos cuidavam dos mais novos.Eu fazia comida, trocava, dava banho. Não tive dificuldades de sair de casa, nem saudades. Fui para rua ia sozinho, fazia tudo sozinho. Sentia saudades da minha mãe, mas não a ponto de voltar para casa.

Amaral mostra categoria ao dominar a bola Foto: Jorge William


Aos 28 anos e passagens por Paulista, Ituano, Vasco, Cerezo Osaka–JAP, Grêmio, América-MG e Cruzeiro, o volante vem para preencher um vazio com as contusões de Marcelo Mattos e Lucas Zen. E não vem por acaso. Vem porque quer e tem um sonho:

— Tive propostas. Saiu na imprensa a oportunidade de jogar no Náutico, mas com todo respeito preferi o Botafogo, equipe forte que vai brigar pelo título. Tenho certeza de que quando chegarmos ao G-4 não vamos mais sair.

Nas horas vagas, que no Botafogo espera só ter nas concentrações, Amaral gosta de ver novelas.

— Quem não está vendo Avenida Brasil? Torço pelo Leleco — brinca o volante.

Amaral preferiu não se comprometer a falar sobre o gramado do Engenhão, mas as condições continuam muito ruins, principalmente no meio-campo e nas duas áreas, mesmo com a interdição do estádio por uma semana. Amanhã, o Botafogo começa a utilizar uma máquina de iluminação artificial para tentar melhorar o estado do gramado.

Fonte: Blog Jogo Extra - Extra