Futebol

Brasil já demitiu 110 técnicos, e Vasco é líder em ineficiência

Num futebol que se diz profissional, onde agora, além de treinadores, os clubes contratam a peso de ouro maciço especialistas e gestores, é de uma incoerência sem tamanho a maneira como os dirigentes tratam os campeonatos estaduais. Especificamente os dirigentes dos 12 maiores clubes do pais, que tem um discurso correto e uma pratica absolutamente mentecapta. Vamos lá: o discurso, correto, é que o Estadual é “apenas” uma abertura de temporada, que serve como preparação ou para a Libertadores, ou para a Copa do Brasil ou para o Brasileiro. Deveria ser isso. Não é possível que alguém que tenha trabalhado mais de duas horas no futebol não saiba que é impossível exigir resultados de uma equipe formada dois meses antes.

Mas, na prática, não é o que acontece. De janeiro a março, já temos 110 treinadores demitidos no Brasil. Para a imensa maioria, há a explicação de que são clubes de menor investimento, cuja única aspiração na temporada é ir bem no Estadual. Ok. Mas quando a insensatez chega a Rio e São Paulo, aí alguém deveria contê-la. Ney Franco é líder do Paulista e está balançando. Gilson Kleina também está por um fio no Palmeiras. Ah, mas eles não estão indo bem na Libertadores. Mas o Palmeiras já sabia que ia para a Libertadores antes de Kleina chegar. Será que algum gênio achou que Kleina faria milagres com esse elenco? E no Morumbi, o São Paulo só está na Libertadores porque Ney Franco ganhou a Sul-Americana e levou o time ao G-4 no último Brasileiro. Será que alguém acha que, sem Lucas, o São Paulo tem um time para dar show em alguém?

Mas pior, muito pior, são os casos de Vasco e Flamengo. Até a mais ingênua das crianças sabia que Dorival Júnior era um técnico ligado à administração anterior e caro para os novos padrões do Flamengo. Em nome de uma economia, advinda da redução da multa rescisória em março, a diretoria rubro-negra jogou dois meses de preparação do time – que já não é nada fenomenal – no lixo.

E o recorde de incompetência vai para a direção do Vasco. Nem o mais fanático e otimista dos vascaínos acreditava que Gaúcho, com esse elenco (com algum?), teria sucesso. Então o erro começou na escolha do técnico. Mas esse mesmo Gaúcho agora demitido levou, há menos de um mês o time à final da Taça Guanabara, batendo de virada o campeão brasileiro na semifinal. E na final, por dez minutos não foi o campeão. Se um pezinho salvador tivesse desviado o chute de Lucas, o jogo poderia ficar no 0 a 0 e Gaúcho seria campeão.

Então: se o Estadual vale algo, os dirigentes são mentirosos. Se não vale tanto, são incompetentes. Na fase atual, de montagem dos times, é normal a oscilação. Quem não sabe isso é incompetente. Se um time grande não pode oscilar, então não pode ter no comando nem Gaúcho nem Dorival… E nem Jorginho.

Fonte: Blog Entre as Canetas - ge