Borderô de Serra x Vasco teria sido fraudado
O ex-jogador e empresário Roni, preso pela Polícia Civil do Distrito Federal no sábado (25) sob suspeita de envolvimento em esquema de fraude na arrecadação de jogos de futebol que organizou, também alterou números que foram para o boletim financeiro da partida - o popular borderô - entre Serra e Vasco, no dia 20 de fevereiro. Válido pela Copa do Brasil, o jogo ocorreu no Estádio Kléber Andrade.
A informação é do presidente do Serra, João Batista Piol. Segundo o dirigente, o empresário fraudou o documento ao alterar o total de ingressos disponibilizados como cortesia. Foram discriminadas 3,5 mil cortesias no borderô. No contrato do empresário com o Serra, mandante do jogo, só existiriam 300.
"No contrato, dizia que teríamos R$ 210 mil. Se o público passasse de 15 mil pagantes, mais R$ 50 mil. Se passasse de 16 mil pagantes, mais R$ 50 mil. Ele jogou para uns 14 mil o público total e colocou 3,5 mil como cortesias. Aí não recebemos os R$ 100 mil. Só os R$ 210 mil", João Batista Piol, presidente do Serra
O borderô da partida mostra 16.736 ingressos. Do total, 3.248 estão discriminados como cortesias. O público pagante, portanto, foi de 13.488 pessoas. A arrecadação total da partida foi de R$ 913,6 mil. O Vasco ganhou o jogo por 2 a 0.
Apesar do prejuízo, nenhuma providência foi tomada pelo Serra. De acordo com o presidente do clube, essa foi a orientação do jurídico, à época. Desde então, o jurídico vinha estudando providências, segundo Piol. Agora, com o novo escândalo, o dirigente promete alguma medida para esta semana.
O presidente da Federação de Futebol do Espírito Santo (FES), Gustavo Vieira, afirmou não ter conhecimento sobre a fraude apontada por Piol. Ele disse que a entidade apenas recebe o relatório da empresa e elabora o documento.
"A gente só recebe o relatório da empresa. Não tenho controle de quantas cortesias, de quantos ingressos. A gente recebe o relatório e fecha o borderô", declarou.