Bombeira agredida por torcedor que invadiu o gramado faz relato
Agressões de torcedores contra dois bombeiros militares no jogo entre Sport x Vasco pela série B, na Ilha do Retiro, no domingo (16), são investigadas pela Polícia Civil de Pernambuco. A bombeira Juliana Martins, de 33 anos, e o bombeiro Diego Correia, 31, estavam à serviço na partida quando sofreram agressões (veja vídeo acima).
O caso foi registrado como lesão corporal pela Delegacia de Repressão à Intolerância Esportiva. As agressões ocorreram quando o Vasco fez um gol e o atacante Raniel, do Vasco, festejou diante de torcedores do Sport, que invadiram o gramado aos 49 minutos do segundo tempo.
"A torcida adversária teria invadido o campo, quebrando a grade de proteção e agredido as vítimas, com chutes e socos. As investigações foram iniciadas e pronto e seguem até total esclarecimento do fato", disse, por nota, a Polícia Civil, que pediu para quem tiver informações sobre os agressores, denunciar (confira mais abaixo como fazer).
Juliana estava no chão quando foi agredida com um chute por um invasor de campo. Ela continuou trabalhando após o ocorrido, atendendo a torcedores que passavam mal. Em entrevista ao Sportv após o jogo, ela disse, emocionada, que não sentiu a agressão no momento.
"Para falar a verdade, não senti na hora. Acho que a adrenalina estava tão alta que eu não senti, entendeu? Eu só senti depois que os meninos mostraram a filmagem e senti a perna doendo, mas trabalho que segue, tinha muita gente passando mal na ambulância, como vocês viram, e a gente está aqui para dar o melhor, tentar amenizar quem está passando mal", disse.
Diego apareceu sendo agredido logo no início da invasão, em imagens da transmissão da TV Globo. Os dois prestaram boletim de ocorrência após a partida.
Dezenas de torcedores invadiram o gramado depois do gol, que decretou o empate por 1 a 1 - Labandeira havia aberto o placar para o Sport. Além disso, muitos objetos foram arremessados no campo. Um policial chegou a retirar do campo uma caixa cheia de pedras.
O árbitro Raphael Claus paralisou o jogo em razão da confusão, e os jogadores do Vasco logo se dirigiram para o vestiário. Quase uma hora após o início do tumulto, o juiz decretou o fim da partida.
Por nota, a Polícia Militar informou que policiais militares do Batalhão de Choque atuaram fazendo os torcedores voltarem às arquibancadas e "assegurando a incolumidade dos jogadores, comissões técnicas, arbitragem e demais profissionais presentes".
Segundo a PM, seis pessoas foram encaminhadas à Delegacia do Torcedor, sendo uma por posse de entorpecentes e cinco por envolvimento em atos de vandalismo, invasão de campo, desobediência e ameaça.
"A PM reitera que garantiu a segurança da continuidade da partida, porém a arbitragem optou pelo encerramento do jogo", disse, no comunicado.
O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) divulgou nota ainda no domingo com repúdio aos casos de violência do futebol brasileiro. Na Arena Castelão, em Fortaleza, no Ceará, o jogo entre Cuiabá e Ceará pela Série A também foi encerrado por invasão de campo. O órgão informou que vai analisar as infrações cometidas nos dois jogos.
Após a confusão generalizada no jogo realizado na Ilha do Retiro, o diretor de futebol vascaíno, Paulo Bracks, relatou que a delegação viveu momentos de tensão no vestiário. Bracks também disse que funcionários do clube chegaram a ser agredidos após a confusão.
Como denunciar?
A Polícia Civil pediu que, quem tiver informações que possam ajudar na identificação dos agressores, entre em contato com a Delegacia de Repressão à Intolerância Esportiva por meio do e-mail dprie@policiacivil.pe.gov.br e do telefone (81) 994884122, que é WhatsApp.
Os casos também podem ser denunciados por meio da ouvidoria da Secretaria de Defesa Social (SDS), pelos números 181, 0800 081 5001 e (81) 94883455, que é WhatsApp.
Fonte: ge