Boleiros à antiga comandam Flamengo e Vasco neste domingo

Nada de ostentação, terno e gravata, palavras difíceis ou estratégias de jogo mirabolantes. Os técnicos de Flamengo e Vasco, respectivamente Andrade e Gaúcho, possuem outras semelhanças, além da necessidade de vencer o clássico deste domingo, pela semifinal da Taça Rio, para continuarem firmes em seus cargos. Alunos de uma escola antiga da bola, destoam do grupo crescente que investe tanto em imagem quanto em resultados.

Fora das quatro linhas, eles possuem estilos de vida parecidos. Os treinadores, apesar do prestígio, não abandonaram os bairros tradicionais onde moram pelo paraíso boleiro da Barra da Tijuca. O rubro-negro mora no mesmo Leblon onde cresceu, enquanto o vascaíno não deixa a charmosa Ilha do Governador por nada neste mundo.

- O estilo é uma questão de jeito de ser. Tem gente que esbanja sem ter condições. Olhar para a família é mais importante. Mas ainda morei muito tempo na Tijuca antes de ir para a Ilha. Outros lugares nunca me atraíram muito - afirmou Gaúcho.

Em campo, as semelhanças continuam. Andrade e Gaúcho começaram a brilhar no cenário nacional de forma tardia. Enquanto jogadores, foram astros nos melhores anos do Clássico dos Milhões, nas décadas de 70 e 80. Agora, precisam de um bom resultado no Maracanã para não ficarem pelo meio do caminho.


Enquanto em São Januário o treinador ainda convive com o resquício de desconfiança que faz com que ainda não tenha sido efetivado no cargo, na Gávea a pressão é grande por resultados no Campeonato Carioca e, sobretudo, na Libertadores.

- Gaúcho é um técnico novo, com a cara do Vasco. Vai ser um jogo complicado, mas tenho certeza de que podemos ter um bom resultado. De qualquer forma, espero que ele tenha sucesso - disse Andrade.