Blogueiro: Vitória no clássico trará mais motivação ao Vasco
Quis o destino que o primeiro jogo do Vasco sob o comando do Dorival fosse justamente um clássico contra a mulambada, a última equipe que treinou, e logo em uma partida na qual o derrotado deve entrar numa bela de uma crise. Dorival participará do seu terceiro Vasco x Framengo : nos dois primeiros, uma de cada lado, venceu . Diante disso, Dorival tem motivos extras além dos três pontos para querer muito uma vitória hoje.
Depois de ter feito um bom trabalho na Taça Guanabara, mesmo com o fraco elenco mulambo, Dorival acabou demitido após perder a semifinal do turno para o Botafogo e ter ficado de fora da semifinal da Taça Rio. Ainda que os resultados justifiquem sua demissão, o Framengo não conseguiu apresentar um futebol melhor do que o mostrado sob o seu comando. E agora com a framengada precisando desesperadamente de três pontos para sair da zona de rebaixamento, vencê-los hoje certamente deve ter um gostinho especial para Dorival.
E para o reestreante treinador vascaíno, pelo menos aparentemente, o caminho para a vitória passa por dar moral a jogadores que foram desprezados por Paulo Autuori, seu antecessor. Eder Luis e Wendel, que nem vinham sendo relacionados, voltam como titulares; Fellipe Soutto, outro dos que não tiveram muitas chances com Autuori, também pode jogar, assim como seu xará Bastos, que era banco. Somando essas opções às escalações de Michel Alves e Nei (que deixará Elsinho no banco), Dorival tem tudo para marcar seu recomeço no Gigante provocando a irritação de grande parte da torcida.
Isso porque ninguém entende a predileção que todos (literalmente TODOS) os treinadores que passam por São Januário têm por Fellipe Bastos, assim como ninguém tem mais paciência com Eder Luis e sua interminável fase ruim. Igualmente incompreensível é a eterna preferência por improvisar qualquer um no lugar do Yotun na lateral esquerda e a aparente vaga cativa do Nei no time. Fazer tantas escolhas que desagradarão os vascaínos, logo na sua reestreia, diante de um dos nossos maiores rivais e quando uma derrota pode nos fazer trocar de lugar com eles no Z4 é gostar muito de correr riscos.
Ou pode ser também confiança. É ilusão acreditar que, no pouco tempo que teve, Dorival faria mudanças profundas na equipe. Então seu critério deve ter sido o de escalar jogadores com os quais ele já trabalhou e sabe o que podem render. Prova disso é que dos sete jogadores do elenco em condições de jogo que ele já comandou em outras equipes, Dorival não escalou apenas dois (o demissionário Carlos Alberto e Robinho, que sequer chegou a jogar desde que voltou ao Vasco). E nessa, entram Fellipe Soutto, Pedro Ken e, para desgosto da torcida, Nei.
Talvez Dorival saiba exatamente o que dizer para que todos esses rendam mais e o time acabe jogando bem. E não poderíamos mesmo esperar que o novo treinador fosse fazer milagres depois de dois ou três dias com o grupo. E como teremos um clássico pela frente, não podemos desprezar o valor da motivação num jogo como esse. Conseguindo fazer com que os jogadores tenham noção da importância de uma vitória logo mais, não apenas pela classificação, mas pela moral que todo o grupo ganhará se vencer o clássico, Dorival já terá começado bem o seu trabalho.
- SuperVasco