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Blogueiro, sobre René: "Fama de falastrão está consolidada"

Ninguém obriga um dirigente de clube a falar nada. Pelo contrário, na maioria das vezes é o próprio dirigente que convoca uma coletiva para dizer o que bem entende.

Sendo assim, o que leva o Renê Simões falar em uma entrevista que apresentará dois misteriosos novos reforços na quarta e quando chega a data quem aparece é o Alisson, o meia saído do Cruzeiro que até a torcida do Vasco de Sines já sabia que estava acertado com o clube? Se até treinar com o elenco ele já treina, qual foi a novidade nessa apresentação?

A fama de falastrão do Renê Simões já está mais que consolidada entre os vascaínos. E fazer promessas com prazo de validade tão curto e não cumpri-las – e pior, não dar sequer uma satisfação sobre o tal zagueiro que se apresentaria nessa quarta – não ajuda nada a melhorar essa imagem. Dizer no domingo que “já está tudo acertado” para na quarta não aparecer com nenhuma novidade só queima mais o filme do diretor.

Depois dessa, fica complicado contar com os reforços aventados pelo Renê. Se até hoje ele ainda fala do “acordo de cavalheiros” com o Palmeiras (que parece não dar a menor pelota para o que diz nosso diretor), por que iríamos crer ainda na vinda de cinco jogadores do Cruzeiro? Dois até devem vir mesmo, já que fazem parte do acordo na negociação do Dedé. Mas outros três? Se vierem, quem acredita que vão acrescentar ao elenco a qualidade que o time precisa?

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O que realmente houve de novidade na coletiva foi o anúncio dos três primeiros integrantes da barca vascaína. André Ribeiro e Thiago Feltri serão dispensados e Romário deve ser envolvido numa troca com o clube chinês Guangzhou R&F.

A passagem do Feltri pela Colina já tinha se alongado além do que deveria, já que o jogador nunca rendeu nem o pouco que se esperava dele. André Ribeiro só justificou sua curta permanência no clube para seus empresários, já que mesmo indo mal na grande maioria das vezes em que entrou em campo, sai mais valorizado do que quando saiu de um time da segundona gaúcha. Já o Romário, vindo da base e ainda sem conseguir mostrar seu potencial, poderia ser bastante útil se fosse trocado por um bom jogador.

O problema é que o time chinês não tem essa quantidade toda de bons jogadores para negociar. Tirando um volante inglês que fez sua carreira no fraco futebol australiano, o Guangzhou R&F conta com outros três estrangeiros, todos saídos do Brasil, em seu elenco, coincidentemente, dois ex-vascaínos: Jumar e Rafael Coelho. O outro brasileiro é o meio de campo Davi, ex-Coritiba. Numa olhada breve pelo elenco do Guangzhou, fica claro que o meia que se destacou no Coxa deve ser, de longe, o melhor jogador da equipe.

Exatamente por isso que Ivan Rocha, empresário do Davi, considera sua troca pelo Romário praticamente uma impossibilidade. Em entrevista a Carlos Gregório Jr., o empresário foi bem claro: “Hoje eu acho que não tem nenhuma possibilidade dele atuar no Vasco (…) porque o clube não libera (…) o clube chinês não está disposto a liberá-lo. O clube pagou caro por ele e isso é um empecilho alto”.

Sendo assim, se o Guangzhou estiver interessado no Romário, deve oferecer outro jogador qualquer que esteja em seu elenco. E como dificilmente um jogador chinês interessaria e repatriar o Rafael Coelho me parece uma sandice grande demais até para a atual diretoria, o único jogador do clube chinês que poderia despertar algum interesse seria o Jumar.

Fonte: Blog do Torcedor - ge