Torcida

Blogueiro: Reencontro com um passado não tão distante

Cristóvão Borges deve passar por fortes emoções hoje. Comandando o Bahia, nosso adversário de hoje pela 5ª rodada do Brasileirão, o treinador reencontrará o time que o projetou e onde fez o trabalho que lhe deu o prêmio, dividido com o amigo Ricardo Gomes, de melhor treinador do Brasileiro de 2011. Certamente um filme passará pela sua cabeça, lembrando os momentos que teve como auxiliar e no comando do Vasco em 2011 e 2012.

Mas os cerca de nove meses que separam a saída do Cristóvão da Colina do dia de hoje parecem ser uma eternidade diante de tudo o que aconteceu no Vasco. Desde o seu pedido de demissão, já temos outro time completamente diferente, estamos no terceiro técnico e nem de longe contamos com a moral que tínhamos quando ele era o treinador da equipe.

Tão grandes foram as mudanças que a experiência no Vasco do atual técnico do Bahia pouco servirá para ajudá-lo no jogo de hoje. Apesar de conhecer bem Renato Silva, Luan, Dyeison, Wendel e Carlos Alberto, o Vasco de Autuori tem outro estilo de jogo e pode surpreender Cristóvão. Mas isso certamente não deve diminuir seu desejo de mostrar serviço diante da torcida que tanto o criticou.

Depois de duas vitórias contra times considerados bem mais fortes (Inter e Botafogo) o tricolor baiano é um dos destaques desse início de competição. A chegada do Cristóvão mudou a cara do time, que passou de pule de 10 entre os favoritos ao rebaixamento para nova sensação dos analistas, que já elogiam seu bom trabalho. Tanto que o Bahia chega ao Rio numa posição melhor que a do Vasco, que precisa vencer a partida para superar o tricolor de aço.

Mas Autuori tem problemas para montar a equipe que vai a campo. Sem contar com Yotún, que está com a seleção peruana, e com Nei vetado, o contestado Dieyson ocupará a lateral esquerda. Tenório é dúvida, mas provavelmente não será relacionado, e teremos novamente Edmilson no ataque. A opção é André, que finalmente foi inscrito na competição e estará pelo menos no banco. Como Eder Luis continua fora de combate, Carlos Alberto volta a campo no ataque, formando o resto da equipe que venceu o Galo.

A preocupação do Autuori deve ser com os contragolpes baianos. Jogando fora de casa, como fez contra o Internacional, nosso adversário compensou suas fragilidades com forte marcação e organização nos contra-ataques. Então o Vasco precisa valorizar a posse de bola como tem feito, mas deve trocar passes em velocidade, para evitar a marcação e as faltas (coisa que o Bahia tem feito muito). E quando a bola estiver com o adversário, a recomposição também precisa ser rápida. Tudo isso é possível de ser feito, desde que a vontade apresentada contra o Galo se repita, sem a desatenção que aconteceu em vários momentos no jogo passado.

Muitos vascaínos vão considerar o jogo de hoje uma moleza, por analisar apenas a história do Bahia, o que já é um erro, dada a sua tradição. Mas o Bahia do Cristóvão não deve ser um adversário fácil de ser batido. Se no comando do Vasco as qualidades do Cristóvão foram muitas vezes subestimadas pela torcida, o mesmo não pode ser feito hoje. Transformar o um time que foi humilhado nas finais do campeonato baiano há pouco mais de um mês em um time que hoje luta pela liderança do Brasileiro não é para qualquer um. O primeiro passo para uma vitória no Raulino de Oliveira é reconhecer as qualidades do Bahia e respeitá-lo da melhor forma possível: partindo para o ataque e jogando tudo o que o Vasco pode.

Fonte: Blog do Torcedor - ge