Futebol

Blogueiro destaca atuação de Evander contra o Santos

Demorou, mas Evander, enfim, tirou diploma de gente grande nesta quarta'feira, num jogo importante contra o Santos, na Vila Belmiro. Acertou um chutaço de longe, na gaveta de Vanderlei, empatou o jogo, marcou seu primeiro gol como profissional em um jogo oficial e ganhou confiança. Foi fundamental para a virada vascaína, para a manutenção da invencibilidade, agora de nove jogos, de Zé Ricardo no comando da equipe. Mas ainda precisa de mais.

Quem viu Evander no sub-15 e no sub-17 não esboçou sequer um semblante de surpresa com esse gol. Acontecia quase todo fim de semana, era rotina. De qualquer lugar, a qualquer momento do jogo. Ele tinha a melhor finalização de longa distância da base brasileira. Mas Evander era decisivo na base, e só. E isso às vezes não basta para se firmar nos profissionais.

Nos profissionais, os espaços são menores, a marcação é mais apertada. Evander, que entra nos jogos desde o início de 2016, sentiu a diferença. Sem espaço, chutava menos, e quando o fazia, a bola passava longe. Sem a bola, a contribuição dele para o time era pouca. Faltava intensidade na marcação aos adversários, nas divididas, na busca por espaços. Em um jogo contra o Resende pelo Campeonato Carioca, o então técnico do Vasco, Cristóvão Borges, o escalou como volante, e ele não teve uma boa participação. Foi substituído no intervalo por Jean, que entrou e nunca mais saiu do time.

Quis o destino que nesta quarta-feira ele entrasse no lugar do mesmo Jean, na mesma posição, mas mudasse o final da história. Com a bola nos pés, não há comparação entre os dois. Evander, muito mais habilidoso, acha espaços e chutes que quase ninguém acha no futebol brasileiro, mas não tem o arranque de um Romário, ou Ronaldo Fenômeno. Precisa se esforçar mais, porque o jogo é jogado sem a bola na grande maioria do tempo.

O meio-campista, que chegou a voltar aos juniores para ganhar ritmo de jogo, deixou claro que sabe jogar ao marcar esse golaço. Mas continuará sendo promessa se não ampliar esse seu desempenho dos 20 minutos contra o Santos para 90 minutos nas próximas rodadas, e depois para uma sequência de jogos. Oscilar dentro de uma certa margem de erro é aceitavel. Errar, também. Correr menos do que os companheiros, não.

Se o talento de Evander com a bola no pé é indiscutível, a dedução de que a quantidade de esforço e dedicação dele mesmo será importantíssima para o futuro é mais do que pertinente. Os próximos passos serão determinantes para apontar um caminho que pode levar ao mais alto nível do futebol ou à condição de eterna promessa. E como o primeiro deles é já neste domingo contra o São Paulo, não há muito tempo para comemorar.

Fonte: Blog Na Base da Bola-ge