Blogueiro: Clássico trará duelo entre tradição e modernidade
A partida entre Vasco e Fluminense será um duelo marcado por, além da rivalidade natural entre dois grandes rivais, um confronto entre o velho e o novo. Bem antes da partida, vimos a oposição entre o tradicional Maraca e sua história e a modernidade neoliberalizante da Arena Maracanã, na qual perdeu o primeiro: se não cometeram o crime cultural de impedirem as torcidas de levarem instrumentos, permitiram o fim das bandeiras, da torcida em pé e o direito histórico dos vascaínos terem seu lugar no que era a direita das cabines de rádio.
Os próprios times, que lutam contra a crise dentro do Brasileiro, terão seus duelos entre o novo e o antigo, representados por veteranos e novos valores: os tricoletes terão no seu meio de campo o retorno do Deco aos titulares e Jean, representante do que chamam de volante moderno. Já o Vasco terá o a reestreia do ídolo Juninho e o primeiro jogo entre os profissionais do lateral Henrique, que deve ocupar a vaga de Yotun até que o peruano se recupere de lesão.
E essas são as duas únicas alterações feitas pelo Dorival depois da derrota para a mulambada na última rodada. Sendo assim, precisamos acreditar que essa semana de trabalho tenha sido muito proveitosa para o treinador e o grupo. A apatia do time no último jogo não pode se repetir diante de outro adversário que, além de ter um elenco bem mais qualificado que o do Framengo, precisa tanto da vitória como nós. É contar com isso e com uma partida fenomenal do Juninho (que jogará mais avançado, armando jogadas e sem ter tanta obrigação de marcar). Até porque Dorival não terá muitas opções no banco para tornar o time mais criativo: sem poder contar com Montoya e como Alisson e Dakson não foram relacionados, apenas o promissor Fábio Lima estará no banco.
Pode ser que seja o jovem Fábio tenha um papel decisivo na partida, o que aumentaria o clima de oposição entre o velho e o novo do jogo. Juninho está há algum tempo sem jogar, o garoto pode acabar substituindo o quase quarentão camisa 8, caso ele não resista ao ritmo de um clássico. Vamos torcer que no Vasco, não seja o confronto, e sim a união entre a experiência e a juventude nos ajude a vencer a partida.
O confronto entre gerações acontecerá em outro aspecto simbólico: no que representam as camisas de Vasco e Flu no clássico de hoje.
O Vasco, que entrará em campo com uma réplica da sua camisa de 1923, homenageando a conhecida luta do clube pela igualdade no esporte, representando uma época mais romântica do esporte. Já o Flunimed virá como representante do futebol-negócio, no qual as canetas que decretam decisões empresariais são mais importantes que um drible entre as canetas dentro de campo.
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