Blog: Com Juninho, craque dentro e fora de campo, vale a pena
No último domingo, um pai e seu filho de sete anos, torcedores do Vasco, saíram de sua residência, no Méier, e foram ao reencontro de Juninho, no Maracanã:
Filho, hoje você vai conhecer o Maraca. Lá, fomos campeões brasileiros e vencemos muitas partidas emocionantes!
Mas pai, dizem que mudou muito lá dentro, que não é o mesmo de antigamente.
Sim, meu filho, mas a vida é assim... As coisas evoluem. Teremos a Copa aqui, ano que vem.
Tá, pai, eu sei que tem que ser assim. Mas um amigo meu que torce para o Fluminense falou que vai sentar no nosso lugar, onde a gente sentava antes. Poxa, não gostei. Ele ficou me zoando, dizendo que o Maracanã não é do Vasco.
É verdade, filho. Aonde a torcida do Fluminense vai ficar será onde o papai viu gols do Roberto, do Romário e do Juninho. Vencemos várias vezes e ganhamos muito títulos ali.
Então, pai. Não sei se vale a pena nós irmos. Gosto de ir a São Januário. Tem uma pizza gostosa pra comermos no intervalo. Temos o nosso lugarzinho lá que ninguém tira. E dou sorte quando vou com você, lembra? Esse Maracanã é muito diferente do seu tempo, não sei se quero conhecer...
Filho, São Januário é o nosso caldeirão. A nossa casa. Mas o Maraca é o irmão mais novo e mais famoso, e mesmo com tudo isso que você falou, a história do nosso Vasco também foi feita lá. Confia no papai que você não irá se decepcionar!
Não sei, pai...
Pedrinho, você esqueceu que o Juninho vai jogar?
Foi cartada final e decisiva...
Ele volta, né? Então, vamos. Com o Juninho vale a pena.
Seu Joaquim, após insistir, convenceu o filho Pedro a conhecer o maior templo do futebol. Apesar de não demonstrar, o próprio estava tão inseguro quanto o garotinho. O Vasco voltava ao Maracanã, e pela primeira vez em 60 anos ficaria do outro lado da arquibancada. O time estava na zona de rebaixamento e não mostrava força para reagir no campeonato.
Ao chegar ao estádio e sentar atrás de um dos gols, onde ficaram os cruz-maltinos, Pedrinho não segurou a empolgação com o que via:
Pai, é mesmo lindo aqui. É tudo tão novo. E o lugar que nós estamos não parece muito diferente do que estão os torcedores deles. Acho que não tem problemas ficarmos aqui.
Pois é, filho. O importante é que estamos juntos e o Vasco vai vencer!
Após alguns minutos... Uma dúvida surge, por conta de um belo mosaico do rival:
Pai, o que é esse negócio que eles estão mostrando lá do outro lado. Bonito, né? É o destino, o que é isso?
Sem saber o que falar, Joaquim desconversou:
Eu sei lá, Pedrinho. Deve ser coisas deles.
Durante o jogo, um baile de Juninho, na reestreia do veterano ídolo. O Vasco mostrou raça e se aproveitou da expulsão infantil de Fred, ainda no primeiro tempo. Perto do fim do clássico, com os 3 a 1 garantidos, os cruz-maltinos entoaram em coro a frase que os tricolores colocaram no mosaico, antes do jogo.
Tá vendo, filhão! É o destino! Os tricolores estavam certos. Vencer aqui, seja no lugar que for, com o time que for, é o nosso destino!
Com olhar apaixonado, e deslumbrado pelo momento especial, Pedrinho abraçou o pai e disse:
Pai, foi o Juninho. Com ele você pode me levar sempre. Ele é Vasco que nem a gente. Eu te falei, pai. Com ele sempre vale a pena.
Juninho é assim. Ídolo de pai, e agora de filhos. Capaz de unir todos. Capaz de fazer o Vasco ressurgir e triunfar de forma grandiosa. Sim, ele é craque. Sim, ele é o Reizinho. Voltar ao Maracanã após alguns anos, mesmo com todas essas mudanças, não é problema. Porque com Juninho, sempre vale a pena.
Rapidinha:
Juninho é diferente. É um craque dentro e fora de campo. Daqueles que o adversário respeita. Mesmo com 38 anos, é capaz de mudar uma partida com seu toque refinado e a injeção de ânimo ao torcedor e companheiros.
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