Futebol

Beto, fora do Vasco, abre o verbo contra a atual diretoria

Nas ruas do Rio, torcedores dos quatro clubes grandes perguntam a Beto se ele encerrou a carreira. A resposta é negativa, mas o jogador de 33 anos começa a se acostumar com a vida fora do futebol. Um mês depois de deixar o Vasco, o volante decidiu falar sobre sua saída do clube. Irritado com o tratamento que recebeu da diretoria e dos técnicos Antônio Lopes e Tita, Beto não esconde a preocupação com o futuro da nau vascaína.

“Ninguém fala a mesma língua lá dentro, falta comando da diretoria. O Vasco está perdido”, dispara o jogador, que aproveita para curtir o tempo livre. Amante declarado da noite, ele promove o Pagode do Beto, às quartas-feiras, no restaurante Gourmet, no Recreio.

Na versão oficial dos dirigentes vascaínos, Beto teve o contrato rescindido depois de sumir dos treinamentos durante uma semana. O jogador conta outra história.

“Agiram de má-fé comigo depois da saída do Romário. Treinei à parte, fiz tudo que eles queriam e só voltei a jogar contra o Flamengo (dia 13 de julho), fora da minha posição, porque queriam me queimar. Depois, machuquei o adutor, mas logo me recuperei e nunca mais fui relacionado. Sentei com a minha família e decidi rescindir o contrato”, rebate.

Na derrota por 3 a 1 para o Flamengo citada pelo jogador, o técnico vascaíno era Antônio Lopes. Mas Beto também foi deixado de lado por Tita. A última conversa com o treinador, que deixou o clube quarta-feira, não sai da cabeça do volante.

“O Tita me falou que ouviu que eu havia sumido. Respondi que ninguém tinha coragem de falar na minha frente. Ele, então, disse que me deixaria treinar sozinho 15 dias, para me dar nova oportunidade. Oportunidade??? Para mim, um jogador consagrado? Ele é que teve a oportunidade de treinar um clube grande pela primeira vez e não aproveitou. Aquilo foi a gota d’água”.

Beto acha que a diretoria errou feio ao contratar Tita, amigo do presidente Roberto Dinamite, mas acredita na recuperação da equipe sob o comando do técnico Renato Gaúcho, com quem trabalhou no Fluminense.

“O Renato conhece futebol, tem mais experiência, já trabalhou em clube grande. O Tita é muito imaturo para dirigir um clube do tamanho do Vasco, não tem experiência alguma”, diz o jogador, que garante não ter problema com o grupo vascaíno: “Deixei amigos lá”.

Identificado com o Flamengo, Beto diz que só recebe carinho dos vascaínos: “Até pedem para eu voltar, fico surpreso. Sou flamenguista, nunca escondi isso, desde os tempos de Botafogo. Mas sou profissional”.

Fonte: O Dia Online