Bernardo relembra gol de 2011, elogia Fellipe Bastos e cita 'Ramonismo'
A sexta rodada do Brasileirão Assaí 2020 reserva um encontro entre Fluminense e Vasco, no sábado, às 19h, no Maracanã. Apesar de um retrospecto equilibrado, os clubes guardam na memória duelos emocionantes, que mudaram o destino deles dentro de campo. Como no clássico da penúltima rodada do Campeonato Brasileiro de 2011, marcado por nervosismo, lágrimas e um gol inesquecível.
Assim como hoje, o Vasco estava na vice-liderança da competição, disputando o primeiro lugar com o Corinthians. No jogo contra o Tricolor Carioca, a equipe de São Januário precisava vencer para se manter viva na luta pelo troféu. Com um gol para cada lado - Alecsandro para abriu o placar para o Vasco, mas Fred empatou para o Flu -, o Cruzmaltino via a chance do pentacampeonato escorrer pelas mãos, mas aos 45 do segundo tempo, Bernardo fez o gol que daria uma sobrevida à equipe.
Em entrevista exclusiva ao site da CBF, o meia falou sobre a emoção do gol e revelou que até hoje recebe o carinho dos torcedores do Vasco.
"Eu sempre me imaginei fazendo um gol tão importante. Então, quando eu fiz aquele gol, fui comemorar com a torcida apaixonada e as lágrimas caíram. Foi muito marcante porque eu vi ali pai com filho se abraçando, chorando. Aquele foi um momento único na vida dessas famílias também. Eu não aguentei e sentei emocionado para comemorar com os meus companheiros. São coisas que eu tenho guardadas no meu coração. Tenho certeza que o carinho do torcedor cresceu mais depois desse gol. Ainda recebo muita mensagem deles nas minhas redes sociais, é gratificante”, lembrou o atual jogador do Volta Redonda.
Um clássico para sempre
A primeira etapa guardou apenas chances perdidas e desespero das torcidas, que também acompanhavam o andamento do jogo do Corinthians contra o Figueirense, no Orlando Scarpelli. Depois do intervalo, o técnico Cristóvão Borges resolveu mexer no sistema ofensivo do Vasco e tirou Elton, colocando Bernardo em campo. Na segunda etapa, as equipes souberam que o Timão abrira o placar em Florianópolis, obrigando o Vasco a vencer e tirando de vez o Fluminense da disputa pelo título.
Foi na segunda alteração de Cristóvão que a situação mudou de figura. Alecsandro entrou no lugar de Felipe e, aos 31, depois de um cruzamento de Fellipe Bastos, cabeceou para abrir o placar. A comemoração não durou muito, porque, logo aos 38, Fred dominou uma bola no peito e empatou a partida.
A emoção ficou por conta de Bernardo que, aos 45 minutos. O meia recebeu um cruzamento na área de Alecsandro, cabeceou e conferiu o rebote da bola defendida por Diego Cavalieri, para anotar o gol da esperança vascaína.
“Falar desse jogo contra o Fluminense é muito gratificante para mim. O Fluminense também tinha uma pequena chance de título, se o Corinthians perdesse. Foi um jogo muito disputado, as duas equipes tiveram a chance de matar o jogo. Mas o Vasco conseguiu ganhar por lutar até o final, por acreditar em vencer”, disse.
Amizade e fé na 'Pas de Bastos'
O empate em 1 a 1 com o Flamengo na última rodada acabou com o sonho do Vasco de erguer a taça. Mas aquele elenco de 2011 está marcado na história de lutas do clube, até pela conquista da Copa do Brasil naquele mesmo ano. Companheiro de Bernardo na temporada, um jogador ainda veste a camisa Cruzmaltina hoje em dia, o volante Fellipe Bastos.
Esse ano, os dois se encontraram pelo Campeonato Carioca, no jogo do Vasco contra o Volta redonda, time de Bernardo. O meia se encheu de alegria ao reencontrar o velho amigo em campo.
“ O Fellipe é um jogador que tem a sua história dentro do clube. Fomos muito felizes em 2011. Ele foi meu companheiro de quarto, somos amigos desde a época de Seleção de Base, sou amigo dos familiares, enfim, ele é um irmão que eu tenho no futebol e na vida. Hoje ele está mostrando o seu grande futebol, estou muito feliz por ele. Tenho certeza que se ele se mantiver nessa pegada, ele vai ajudar muito o clube nesta temporada.”, apostou.
Além da confiança na fase do ex companheiro de time, Bernardo também enxerga com bons olhos o “Ramonismo”, e acha que o clube chega como favorito no jogo contra o Fluminense e brinca com atuação do “vovô” Nenê. Na opinião dele, o Cruzmaltino poderá mirar grandes coisas esse ano, se continuar no ritmo que tem apresentado e não “deixar a peteca cair”.
“O Vasco está muito bem na competição, começou bem e ainda tem um jogo a menos. Estou bastante confiante nessa equipe, acredito que o trabalho do Ramon está sendo bem feito, as propostas dele têm dado certo, os jogadores estão comprando a ideia. Eu acho que pela forma que está, só não pode deixar a peteca cair. E tenho certeza que o Vasco pode sonhar, quem sabe, com um título, ou uma vaga na Libertadores. E no desafio contra o Fluminense, eu acho que o Ramon tem grandes chances de sair com a vitória, e espero que o meu amigo Nenê não jogue essa bola absurda que ele está jogando ultimamente”, brincou.
Fonte: CBF