Bernardo é acompanhado de perto por psicóloga do clube
Bernardo é descrito como uma pessoa dócil. Talvez por isso, quem o conhece fala a respeito de seus problemas emocionais com um tom de lamento. Na quarta-feira, o choro compulsivo durante a partida contra o Rio Branco, do Acre, por causa de vaias da torcida, expôs novamente o marcador mais implacável que o jogador já teve: a própria fragilidade psicológica.
“Chorei por amor ao Vasco, que, apesar dos meus erros, sempre esteve ao meu lado”, escreveu ontem em sua conta numa rede social.
No clube desde 2011, ele já passou pela mão de duas diretorias. De ambas, recebeu mais afagos do que reprimendas. Os episódios de instabilidade logo no primeiro ano fizeram com que recebesse atenção especial da então psicóloga do clube Maria Helena Rodriguez.
O jogador se mostrou aberto ao acompanhamento. Muitas vezes, foi quem procurou a profissional para conversar. A recomendação sempre foi a de que passasse a frequentar um psicólogo clínico para aprender a lidar melhor com as questões que sempre o afetaram. Uma delas é a pressão familiar.
Aos 24 anos, é pai de quatro filhos desde os 22. Foi justamente por alegar dificuldades para bancar a prole que entrou na Justiça contra o Vasco em 2012, devido ao atraso no pagamento de salários. Assim que a notícia vazou, foi vaiado, retrucou de volta e acabou sem clima para continuar no clube.
A instabilidade se deve ao fato de Bernardo ser uma pessoa muito suscetível à influência alheia. Uma de suas maiores referências é seu pai, conhecido nos tempos de jogador como Hélio Doido. Os efeitos da relação, porém, são controversos. Há quem diga que são positivos. Outros ressaltam um aumento da cobrança sobre ele.
Em 2015, o jogador retornou à Colina para cumprir o último ano do atual contrato com a promessa de finalmente se firmar. Porém, o atraso no último treino do Vasco antes do clássico contra o Botafogo fez com que fosse multado e excluído até do banco.
A paciência da torcida acabou e vascaínos criaram um Disque-Bernardo para vigiá-lo nas noitadas. Com clima ruim com as arquibancadas, resta a ele o apoio de Doriva. Nos bastidores, já começou a ser acompanhado mais diretamente pela psicóloga Maíra Ruas, contratada este ano.
Fonte: ExtraMais lidas
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