Beach Soccer: Orgulho do Cantagalo, Betinho fala sobre sua trajetória
Quem não sonhou em ser um jogador de futebol? A frase surge de um clássico do Skank, mas poderia, facilmente, fazer parte da biografia de grande parte da molecada carioca. Só que mais do que sonhar, bom mesmo é realizar. E esse é o caso de Robert Guilherme, conhecido como Betinho. Cria do Cantagalo, o rapaz, de 20 anos, acreditou tanto em sua paixão pelo esporte que hoje veste a camisa da Seleção Brasileira sub-20 e integra o time de beach soccer do Vasco. Orgulho da comunidade da Zona Sul do Rio.
"O esporte é muito importante para a garotada da comunidade. Quando a gente vai para o asfalto é visto com outros olhos: de rejeição e racismo. Mas isso serve como combustível para a gente lutar e ter um futuro melhor. O esporte me tirou e tira muita gente do caminho errado, nos dá oportunidades de outros caminhos", avalia.
Betinho descobriu sua paixão pelo futebol através de projetos sociais como o Criança Esperança e também ao integrar o time Deixa Falar, do Cantagalo. Ressaltando que o incentivo à diferentes atividades nas periferias pode mudar o destino de um jovem. "Minha paixão pelo futebol nasceu quando eu tinha 5, 6 anos de idade. Nesses projetos pude mostrar meu talento", ressalta. "Temos muitos talentos na comunidade que, às vezes, não podem se expandir por falta de oportunidades, que poderiam ter seguido o caminho do esporte".
Em sua jovem carreira, Betinho jogou diversos campeonatos e competiu, inclusive, no Campeonato Sul-Americano, no Paraguai. A Seleção chegou à final, mas acabou eliminada pela Argentina. Independente do resultado, o rapaz é mais do que um vitorioso. "Foram dias difíceis, de muitos treinos. Precisei abrir mão de muita coisa para chegar ao meu objetivo que era a Seleção. Sou muito grato", comemora ele, que, é claro, deseja alçar voos ainda maiores: "Quero vestir a camisa da Seleção principal e disputar uma Copa do Mundo".
'Apesar de ser difícil, é muito possível vencer'
Após entrar para o Vasco, em 2019, Betinho dedica 100% do tempo para se tornar um grande craque da bola. O futebol é sua única fonte de renda atualmente. "Vivo do futebol, porque treino de manhã, de tarde e, às vezes, de noite. Deus ajuda quem trabalha", define ele, que foi campeão carioca e Brasileiro de beach soccer pelo Cruzmaltino. Assim como o trinador do Deixa Falar, Atila Carvalho, ele quer levar o nome do Cantagalo para o mundo. "É gratificante demais ser uma inspiração para a garotada e uma responsabilidade grande. Espero que a criançada da comunidade possa correr atrás de seus sonhos. Apesar de ser difícil, é muito possível vencer. Espero que outras pessoas também possam levar ao nome da nossa comunidade ao topo e mostrar que daqui também saem muitas coisas boas", diz.
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