Barbosa ganha exposição no Museu do Futebol
É impossível explicar o presente e imaginar o futuro sem entender o passado, suas histórias e suas grandes heranças. É assim na vida que vivemos, e é assim também no futebol: o tempo que passou é uma fonte rica de exemplos, modelos, enredos épicos e acontecimentos que ajudaram a moldar e consolidar o esporte que amamos do jeito como ele é hoje. Lembrar e enaltecer essas histórias grandiosas, tornando-as cada vez mais conhecidas e capazes de atravessar gerações, é uma missão que cabe a todos nós, entusiastas da bola.
E é justamente isso que o Museu do Futebol propõe ao inaugurar, neste sábado (19), a exposição "Tempo de Reação - 100 anos do goleiro Barbosa". No ano do centenário de Moacyr Barbosa - um dos maiores goleiros da história do nosso futebol -, o Museu faz não só uma homenagem e uma reverência ao arqueiro que se consagrou com o manto do Vasco da Gama e da Seleção Brasileira, como também reforça que seu legado é atemporal: referência em sua posição por sua qualidade e estilo de jogo, pioneiro por sua luta e resistência em um futebol racista e elitista - retrato do que era a sociedade brasileira nos anos 40/50 -, Barbosa é e sempre será um exemplo a ser seguido, especialmente por jovens negros, meninos ou meninas, que sonham em ser atletas.
Inspiração para a luta antirracista
O arqueiro teve uma longa trajetória profissional, com grande sucesso nos times em que atuou, mas a memória sobre sua carreira é ainda aprisionada à derrota do Brasil na Copa do Mundo de 1950. No ano em que completaria 100 anos, ele tem sua trajetória recontada sob outra perspectiva.
Com o auxílio das lembranças e do acervo preservados por Tereza Borba, filha de Barbosa, os curadores do Museu do Futebol problematizam a narrativa hegemônica da responsabilização do goleiro pelo 'Maracanazo'. A partir daí, discutem-se também as consequências dessa narrativa para a história do futebol e para a trajetória do próprio Barbosa, evidências do racismo que estrutura o futebol e a sociedade brasileira. As reflexões e debates propostos pela mostra convidam o público a agir para mudar essa estrutura - pois o "tempo de reação" ao racismo é agora.
Herói de resistência
Em breve contato com o 90min, Tereza Borba revelou estar bastante emocionada com a realização da mostra, uma oportunidade para mais pessoas, jovens e adultos, conhecerem a real história de vida e trajetória esportiva de um dos personagens mais importantes do futebol nacional.
"Estou muito emocionada, frio na barriga, não consigo nem expressar. Sonhei muito com esse momento, são 25 anos lutando para manter viva a memória do Barbosa. Ele é um herói, um herói de resistência, e nunca viveu o fardo que tentaram impor a ele injustamente, por uma derrota que teve a política como verdadeira causa. Quando falo de Barbosa, eu falo do Barbosa campeão do Sul-Americano, do Rio-São Paulo, da Copa Roca, da Copa América, do Barbosa humano, que jogou até os 42 anos, sem luvas e com todos os dedos quebrados (...) Só tenho a agradecer à toda organização do Museu do Futebol e também à torcida vascaína, que sempre nos abraçou", afirmou.
Para saber mais detalhes sobre a exposição, clique aqui.
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