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Balanço compara arrecadações de clubes cariocas

O Levantamento foi feito pela EY, que compilou os dados dos balancetes divulgados por Flamengo, Fluminense e Vasco (a SAF do Botafogo não publicou os números e por isso ficou de fora). O diagnóstico da saúde financeira dos principais clubes do Rio de Janeiro revela que eles arrecadaram R$ 1.7 milhão — apenas o Flamengo teve R$ 1.1 bi em receita.

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Pedro Daniel, Diretor Executivo de Esporte da EY, responsável pelo estudo, afirmou que a parcela do Flamengo é extremamente importante, mas que ela não esconde o bom desempenho dos demais clubes na administração das suas finanças ao longo dos anos.

— A receita do Flamengo é maior do que a soma das receitas dos demais clubes, isso incluindo o Botafogo. Consequentemente ele é o carro chefe. Mas o crescimento do Fluminense, nos últimos dez anos, é proporcional — disse.

Veja a arrecadação dos clubes em 2022:

Direitos de transmissão e premiações: R$ 679 milhões

Transferência de jogadores: R$ 254 milhões

Matchday: R$ 285 milhões

Receita comercial: R$ 301 milhões

A maior arrecadação dos clubes foi com direito de transmissão, o que não é uma novidade. Esse é o padrão de quase todos os times do mundo. Isso justifica, por exemplo, a posição do Flamengo em querer ter uma porcentagem maior nesse quesito em uma possível liga. Maior parte da sua receita vem daí.

Entre os times analisados, o Vasco foi o único que não conseguiu aumentar suas receitas. Grande parte disso foi por ter atuado na Série B do Campeonato Brasileiro, onde os pagamentos de direitos são significativamente menores, entre 2021 e 2022 a queda foi de 53%. Lembrando que em 2021 os clubes receberam valores referentes a 2020 que foram pagos em atraso por causa da pandemia.

Outro aumento significativo, e que tem relação com a pandemia, é o do valor arrecadado com o matchday — que conta sócio torcedor e os valores de bilheteria. Flamengo, Fluminense e Vasco, aumentaram suas arrecadações em 184%, 312% e 75%, respectivamente, de 2021 para 2022.

O caso do Fluminense se deu, em especial, da venda dos planos de sócio torcedor, muito deles que haviam sido cancelados durante a pandemia. E o Vasco por causa de desempenho e a esperança de retorno a Série A. Nesse quesito, quanto ao cruz-maltino, também há uma explicação em números do porquê o clube quer administrar o Maracanã, onde poderá aumentar esse tipo de arrecadação.

Endividamento

Quanto ao endividamento, a redução foi pouca, mas se manteve em queda linear. A dívida atual dos três clubes é de R$ 1.6 bilhão. Porém, esse valor é puxado por Fluminense e Vasco, que tem contas a pagar de R$ 678 milhões e 679 milhões, respectivamente.

Uma boa notícia para os clubes, se for possível, foi o aumento pouco significativo do endividamento tributário, ou seja, a quantidade de impostos a serem pagos. Entre 2021 e 2022 o salto foi de 5%.

Apesar desse tipo específico de endividamento ter subido, o percentual baixo, explica Pedro Daniel, é um dado positivo:

— Essas dívidas são por causa de impostos como as negociações com o Profut e são corrigidas pela Selic, que nos últimos anos teve uma taxa alta. Às vezes esses valores são apenas juros e não necessariamente dívida novas.

Outro dado que chama atenção foi a redução da quantidade de empréstimo para Flamengo e Vasco. Isso significa que os clubes estão recorrendo menos aos bancos para quitar dívidas mais urgentes. O Fluminense não manteve a mesma lógica e subiu em 79% a quantidade de empréstimo.

No geral, a saúde financeira do Flamengo é a melhor, o clube não tem dívidas. O Fluminense atingiu uma taxa de 2,67 na relação endividamento líquido x receitas. Isso quer dizer que ele precisa arrecadar 1,67 a mais para quitar suas dívidas. A situação do Vasco é a mais complicada, porque sua pontuação é 5,11.

Fonte: Coluna Panorama Esportivo-O Globo