Aval do Santos é o único obstáculo que separa Leandro Damião do Vasco
Vasco e Leandro Damião se aproximaram, mas um obstáculo impede o acerto. O empresário do jogador, Vinícius Prates, ainda não chegou a entendimento com o Santos para a liberação do jogador, devido a um impasse na interpretação do acordo estabelecido entre atacante e clube no início do ano. Enquanto isso, o Cruz-Maltino aguarda pacientemente.
A indefinição acontece porque os representantes de Damião entendem que o Santos precisa voltar a pagar salário, de cerca de R$ 600 mil mensais, ao jogador. São dois cenários: caso o atleta não acerte com outro clube, se reapresenta ao Peixe e volta a receber normalmente; ou fecha com um novo time, com vencimentos menores, e a diferença sob responsabilidade do Peixe.
A questão é que, no acordo feito em janeiro, o Santos só teria a obrigação de pagar valores atrasados referentes ao contrato de Damião, mas não o salário. Esta situação duraria por 18 meses, tempo em que o jogador estaria livre para fechar com qualquer outro clube, sem obstáculos por parte do Santos.
Conflito em interpretação de acordo
Primeiro, Damião fechou com o Bétis, da Espanha, que arcou com os vencimentos integrais do jogador, mas decidiu não estender o vinculo - que se encerra nesta quinta-feira. Como o compromisso não durou os 18 meses previstos, abriu brecha para novas interpretações, como a de que, com o fim do contrato com o time europeu, o atacante voltaria a ter vínculo com o Santos.
A diferença nas interpretações do acordo é o que emperra qualquer entendimento. Contatos entre as partes aconteceram nesta semana para tratar do assunto. Oficialmente, o Peixe nega que tenha recebido o empresário de Damião - há uma cláusula de confidencialidade no acordo original.
- A questão toda é o que se pode interpretar a partir desta convenção, na retomada da relação jurídico-esportiva. Que ele tem direito ao salário na medida em que retomar essa relação, é indiscutível - analisou o advogado Ricardo Gehling, que representou Damião no acordo celebrado em janeiro.
- O acordo deixa muito claro que o Damião não é obrigado a trabalhar no Santos, nem a jogar nem a treinar. As partes precisam esclarecer o que significa concretamente a cláusula de restabelecimento de relação e a necessidade de concretizar uma cessão temporária. Não é coisa que se faça rápido. Depende das negociações e envolve interesses de várias partes - ponderou Maurício Corrêa da Veiga, representante do Santos no mesmo acordo.
No Vasco, Damião receberia cerca de R$ 340 mil mensais. O clube tem o mesmo entendimento que o jogador, de que seria necessário que o Santos pagasse a diferença salarial. Por isso, adota cautela e, oficialmente, espera que o atacante se resolva com o Peixe.
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