Autuori elogia diretoria do Vasco relembrando venda de Dedé
O tom de voz costuma ser sereno, mas as palavras são objetivas e claras. Assim Paulo Autuori trata as situações no dia a dia como treinador do Vasco. Em entrevista coletiva nesta sexta-feira, deixou nítida a insatisfação com a falta de privacidade no Cefan (Centro de Educação Física Adalberto Nunes), local utilizado para os treinos. E ele não se satisfaz apenas com o trabalho técnico da equipe, luta também pelos direitos do grupo, como o caso dos salários.
São dois meses de atraso e, apesar da confiança, o comandante deixa no ar a dúvida com relação à sua permanência caso não haja, de fato, uma mudança no panorama. Foi feita a promessa de que os salários atrasados fossem pagos até o fim de junho. No entanto, só isso não basta. Ele conta com o fato de que as dívidas não voltem a se acumular.
- O problema não é só pagar isso agora (meses de atraso). A partir de julho não pode mais haver atrasos em relação aos profissionais que trabalham. E eu não falo só de jogadores, falo de todos os funcionários. É a meta que a diretoria quer cumprir e tenho certeza que vai fazer.
Autuori não fala em tom de ameaça, mas com sua credibilidade também em jogo diante dos jogadores que comanda, garante não ficar apenas no campo das palavras. Questionado se poderia deixar o cargo caso os atrasos continuem, respondeu:
- Eu não uso se. O problema é que não sou uma pessoa de papo, só. Para mim, o mais importante são as atitudes e ações. Espero responder com ação e atitude caso isso (atraso de salários a partir de julho) venha a acontecer. Tenho muita convicção que isso vai acontecer (o Vasco cumprir com o pagamento). E no momento certo não vou falar, eu vou agir. Os jogadores sabem, todo mundo sabe, os próprios dirigentes sabem. Não foi um prazo que eu coloquei, foi um prazo que eles me deram. Apenas isso.
Por telefone, o diretor geral cruz-maltino, Cristiano Koehler, garantiu que os vencimentos referentes a abril seriam pagos nesta sexta maio deve ser pago na semana que vem. A situação financeira do clube não é das melhores. Algumas ações já são estudadas, como a diminuição de salário de Carlos Alberto. Porém, a expectativa maior é em relação ao acordo com a Fazenda Nacional. O clube pretende conseguir em breve as certidões positivas com efeito de negativas e assim obter mais receitas para regularizar o pagamento de salários. Autuori se apega a um fato recente para acreditar que tudo será resolvido.
- Quando o Vasco vendeu o Dedé (para o Cruzeiro), garantiu que tudo seria usado no pagamento dos salários dos funcionários, e foi. Isso para mim já está tudo dito. Tem que respeitar os prazos. Naquela oportunidade fizeram tudo que tinham prometido. Eu não tenho dúvida que a direção está nesse sentido.
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