Futebol

Autor de gol em 2004, Henrique diz que Vasco precisa de raça para se salvar

Há dois anos aposentado do futebol, Henrique acompanhou com atenção a vitória do Vasco por 2 a 0 sobre o Náutico, no último domingo. Como torcedor cruz-maltino, olhou com atenção a tabela do Campeonato Brasileiro para saber qual seria o adversário da última rodada. Com um misto de surpresa e nostalgia, viu que será contra o Atlético-PR que a equipe vai brigar por sua sobrevivência na Série A, reeditando um episódio do qual ele foi o protagonista, em 2004. Na ocasião, o então zagueiro marcou de cabeça o gol que decretou o triunfo vascaíno por 1 a 0 sobre o Furacão, em São Januário, garantindo a permanência na elite e praticamente decretando o fim do sonho dos paranaenses de conquistarem o título (assista ao vídeo).

Henrique aproveitou uma cobrança de falta de Petkovic com perfeição para subir e marcar de cabeça o gol que manteve o Vasco na Série A. Hoje empresário de atletas e dono de uma loja de móveis e decorações em Goiânia, o ex-zagueiro mostra que o episódio vivido há quase nove anos pode servir de inspiração para o grupo atual, já que as semelhanças vão além do adversário.

- Não dá na técnica, vai na raça. Aquela era a nossa jogada para decidir a partida. Hoje, por exemplo, o Vasco tem o Bernardo, que tem talento para cobrar faltas, assim como o Pet... Olha, para falar a verdade, estou até passando mal com essa situação de novo (risos). Sou vascaíno, então queria muito poder estar novamente ali na área para tentar a cabeçada - brincou ele, que teve o América-RJ como o último clube que defendeu.

 Ainda no campo de São Januário, Henrique admitiu que fez o cabeceio “com raiva”. Naquele momento ele extravasou o sentimento acumulado durante uma semana na qual o Vasco sentiu-se menosprezado pelo Atlético, que poderia comemorar o título em São Januário. O ex-zagueiro lembrou que, assim como o grupo de 2004, o time atual pode aproveitar os dias que antecedem a partida para buscar motivação em diferentes aspectos.

- Eles nos menosprezaram e esqueceram que futebol é 11 contra 11. Quase sempre a raça supera a técnica. Nosso time era modesto, com muitos meninos subindo da base, e tiramos proveito de algumas coisas. Diziam que comeriam bacalhau e tomariam champanhe em São Januário. Entramos com muita raiva e colocamos o coração na ponta da chuteira. Dissemos que ninguém tiraria nossa vitória - lembrou.

Em 2004, o Vasco foi decisivo para que o Atlético-PR perdesse o título. Antes da penúltima rodada, o Rubro-Negro tinha 85 pontos, dois a mais que o Santos. O Vasco brigava contra o rebaixamento (tinha três pontos a mais do que o Vitória, primeiro no Z-4). Se o time paranaense vencesse e o Santos empatasse, seria campeão em São Januário. Com Santos vencendo o São Caetano nessa rodada, ainda assim o Atlético teria vantagem de dois pontos na última rodada, contra o Botafogo. Com o Atlético-PR derrotado, o Santos venceu o São Caetano e tomou a ponta, chegando à última rodada, justamente contra o Vasco, com um ponto a mais que o time paranaense. Venceu o Vasco por 2 a 1 e acabou com o sonho de Washington e companhia.

Mesmo ciente de que a situação do Vasco de 2013 é mais complicada do que a de 2004 – já que a partida será em Joinville (SC) e na última rodada do Brasileiro –, Henrique garante acreditar que o Vasco vai repetir o feito vencendo o Atlético-PR e, contando, com um tropeço de Criciúma ou Coritiba, vai garantir a permanência na Série A.

- Como torcedor e atleta, estou sofrendo, mas sempre dou um voto de confiança. O Vasco é clube grande e tem atletas experientes. De um clube como o Vasco a gente sempre espera algo mais nesses jogos. Espero que os atletas incorporem um espírito vencedor, esqueçam o que passou e joguem no domingo como uma verdadeira final - disse.

Fonte: ge