Clube

Auditores que julgarão Romário são os mesmos do caso de Dodô

Os mesmos auditores que julgaram Dodô em primeira instância e o suspenderam por 120 dias também vão julgar Romário. O processo foi distribuído ontem para a Segunda Comissão Disciplinar do STJD. Assim que a denúncia for oferecida pela Procuradoria, o caso será incluído na pauta do dia 18 de dezembro.

Ontem, o presidente do STJD, Rubens Approbato, recebeu o laudo do exame antidoping feito após o jogo com o Palmeiras e decretou a suspensão preventiva de Romário.
Após a apresentação da defesa prévia, a Procuradoria fará a denúncia.

Reagente para provar inocência

A Segunda Comissão Disciplinar é presidida por Otávio Augusto Toledo.
Os auditores são Wladimir Cassani, Otacílio Araújo, Fabrício Dazzi e José Perez de Rezende. Em 2007, além de suspenderem Dodô por 120 dias, julgaram outro caso de doping: puniram com eliminação do futebol o médico Carlos Damasceno, do Paulista, por ter receitado remédio com substância proibida. Nos dois casos, após recurso ao Tribunal Pleno, os réus foram absolvidos. Se for condenado, Romário pode ser impedido de disputar o Torneio de Dubai, de 10 a 12 de janeiro. O artigo 172 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva impede o atleta punido por prazo de disputar qualquer competição.

O Vasco quer entregar amanhã a defesa de Romário. A estratégia é adicionar à urina coletada no jogo com o Palmeiras um reagente para provar que o craque não usou finasterida para mascarar doping. O vice jurídico do clube, Paulo Reis, pediu à CBF que coloque à disposição a urina coletada pelo jogador, que está no Ladetec, laboratório credenciado pela CBF.

A finasterida é proibida por camuflar anabolizantes, mas um reagente utilizado no exterior identifica se foi usada com este fim.

- Embora ele tenha desistido de fazer a contraprova, pedi à CBF que coloque o material à disposição.

Adicionando a urina ao reagente, seria comprovada a inocência - disse Paulo Reis.

Na defesa, ele irá requerer ao STJD que envie ofício ao Ladetec para que o laboratório aplique o reagente. Para tanto, não seria preciso fazer a contraprova: - A urina ainda está no laboratório.

Basta pegar o reagente, que deve vir da Europa, e fazer o teste para saber se a finasterida mascarou anabolizantes - disse Pedro Valente, vice-presidente médico do Vasco.

Para o presidente da Comissão Nacional de Controle de Dopagem da CBF, Tanus Jorge Nagem, o processo está encerrado, a menos que Romário aceite fazer a contraprova: - A urina é a mesma. Ele teria que ficar oito horas no laboratório, que convocaria pessoas de diversas partes do país para abrir o frasco da contraprova na frente do jogador e ele dizer: “é, repetiu o resultado”.

Para nós, o processo acabou.

Coordenador do Ladetec, Francisco Radler não quis emitir opinião com o caso em andamento. O fato de Romário, acompanhado por um médico do clube, ter avisado aos responsáveis pela coleta que usava a finasterida constará na defesa.

- Romário tinha pressa para pegar um avião e teve dificuldade para urinar. Mas avisou aos responsáveis da CBF sobre o uso da finasterida.

Acho que apressaram as coisas e não coletaram a quantidade normal de urina e não fizeram exame de sangue - disse Valente.

Fonte: O Globo