Futebol

Atual artilheiro da Libertadores foi formado no Vasco

Disputada mais da metade da primeira fase, a artilharia da Taça Libertadores pertence a um brasileiro. Rodrigo Teixeira, praticamente desconhecido no país até então, largou na frente de nomes mais famosos, como o palmeirense Keirrison, o cruzeirense Kléber ou o são-paulino Washington. O atacante já marcou cinco gols pelo Deportivo Cuenca, do Equador.

Aos 30 anos, ele passou praticamente toda a sua carreira no exterior. Foi formado nas divisões de base do Vasco, mas numa época em que não era fácil encontrar espaço no time profissional. Saiu em 2000 para o São Cristóvão e daí rodou por vários lugares - Romênia, Equador, Colômbia, Venezuela, Alemanha e Irã.

Tanto tempo longe do seu país fez com que Rodrigo Teixeira se tornasse um artigo raro até para a própria família. Um jogo do Barcelona de Guayaquil contra o Santos, em 2004, foi a única oportunidade que mãe e irmãos tiveram de ver o atacante ao vivo, desde que ele deixou o Rio de Janeiro. Todos viajaram de Barra Mansa, no interior do estado, rumo a Vila Belmiro e viram o time equatoriano perder por 1 a 0.

Vontade de voltar ao Brasil

A boa fase no Deportivo Cuenca significa para o jogador a esperança de chamar a atenção de times brasileiros e voltar a atuar diante dos parentes.

- Tenho muita vontade de jogar no Brasil, mesmo que o futebol aí esteja muito preso a empresários. Minha família poderia acompanhar as partidas - disse Rodrigo Teixeira, beneficiado pelo fato de a Conmebol contabilizar os gols marcados na Pré-Libertadores. - Meu objetivo agora é a classificação. Espero fazer mais uns três ou quatro gols e passar para as oitavas.

O Deportivo Cuenca está em segundo lugar no Grupo 2, com seis pontos, três a menos do que o Boca Juniors. Deportivo Táchira-VEN (também com seis pontos) e Guaraní-PAR (com zero) completam a chave. Rodrigo participou dos seis jogos da equipe, incluindo os dois da fase prévia contra o Deportivo Anzoátegui-VEN.

Sambadinha com sotaque castelhano

Por enquanto, a volta ao Brasil é apenas um plano. O sotaque castelhano entrega o longo tempo afastado do país.

- O meu português já não sai perfeito. Por mais que eu não queira, tenho sotaque. Meus amigos brincam e pedem para eu falar direito - contou o atacante, que mantém a ligação com o Brasil nas sambadinhas ao comemorar o gol.

Em sua sexta temporada em países vizinhos, Rodrigo Teixeira está conhecendo pela primeira vez a experiência de atuar na altitude - Cuenca fica a 2.500m acima do nível do mar. Agradece o período de adaptação dado pelo técnico argentino Guillermo Duró e lembra a dificuldade de jogar no alto do morro quando atuava por outras equipes.

Tanto é que vê a altitude como o principal obstáculo para a seleção de Dunga, na partida contra o Equador, no dia 29, pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 2010. Ele elogia o futebol local, mas joga a diplomacia para longe:

- Sou brasileiro, e é claro que o Brasil vai ganhar. O nível do futebol equatoriano melhorou, e há grandes jogadores, mas a principal arma é a altitude.

Fonte: ge