Atacante Alan é considerado a mina de ouro do Londrina
Alan, a mina de ouro do Tubarão (*)
Atacante de 16 anos é a aposta da diretoria alviceleste para amenizar crise financeira
Alan Douglas Borges de Carvalho. O torcedor do Londrina certamente nunca ouviu falar nesse nome. Por enquanto, porque logo vai ouvir. Pelo menos é o que garante toda a diretoria do clube. A cartolagem alviceleste aposta que o atacante de 16 anos deve ser o primeiro a escrever seu nome na história contemporânea do Londrina, após o cinqüentenário de fundação.
Os números do jogador realmente impressionam. Em apenas sete jogos no Campeonato Paranaense Juvenil, Alan fez 15 gols - média de 2,14 por jogo. Fora sua principal qualidade, balançar as redes rivais, ele é rápido, tranqüilo, joga de cabeça erguida e não pensa duas vezes ao servir o colega que está melhor posicionado.
Tanta qualidade já fez brilhar os olhos dos dirigentes do Tubarão. Para eles, o garoto pode ser a solução para a crise financeira do clube. É dinheiro certo em caixa. \"\"Fazia tempo que não aparecia um jogador assim. É dinheiro em caixa e vai ajudar muito financeiramente o Londrina\"\", comemorou o vice-presidente de futebol, Persius Sampaio.
Alan nasceu em Barbosa, no interior de São Paulo. Filho de um vigia de banco com uma dona de casa, o garoto de família humilde desembarcou em Londrina, trazido pelo coordenador-técnico das categorias de base, Udélton Prates, em fevereiro deste ano.
Apesar de ter idade para jogar no juvenil, certamente será titular do time Sub-20 que disputará o Campeonato Brasileiro da categoria, no Rio Grande do Sul, e será aproveitado no time profissional no ano que vem. \"\"A gente tem um sonho e é preciso arriscar. Por isso vim pra Londrina. Aqui o futebol é mais pegado, mas me adaptei rápido\"\", disse o garoto tímido, de poucas palavras mas muito futebol, que se espelha em Robinho, ídolo da nova geração dos santistas.
E ele quer seguir os passos do craque do Real Madrid. \"\"Espero ser um grande jogador, estar numa seleção brasileira. Mas tudo tem seu tempo e as coisas vêm naturalmente\"\", contou Alan.
A passagem de Alan pelo Londrina, no entanto, pode não ser muito longa. Em apenas três meses de clube ele já chama a atenção de grandes equipes brasileiras. Atlético-PR e Vasco sondaram o jogador. O Astral, de Curitiba, é outro que tentou tirá-lo do LEC. Já o São Paulo foi quem apresentou uma proposta para o Londrina.
O jogador foi visto no mês passado pelo olheiro do Tricolor, Pupo Gimenez, que ficou encantado com seu futebol. A cúpula são-paulina não perdeu tempo e teria oferecido R$ 300 mil por 50% dos direitos federativos do atleta. Apesar de ter dito não, a diretoria alviceleste, que espera lucrar uma quantia maior com o jogador, admite que Alan deve seguir o rumo do Morumbi. \"\"A hora em que chegar uma proposta concreta de um time de ponta por 50% dos direitos, podemos fazer negócio. É melhor ter 50% dele no São Paulo do que ter 100% em Londrina. Se estourar mesmo, o lucro será muito maior\"\", observou
Sampaio.
E para tentar segurar o garoto até aparecer uma proposta milionária, o clube já fez um contrato longo, de cinco anos de duração, com um salário bastante alto em se tratando de um atleta ainda juvenil: cerca de R$ 1 mil mensais - um atleta juvenil geralmente recebe menos de R$ 300 apenas como ajuda de custo. O valor da multa rescisória não foi revelado, mas está na casa de R$ 1 milhão.
Matéria publicada na Folha de Londrina em 05/05/2006.
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