Arredores de São Januário têm indignação por interdição
Na tarde deste domingo, uma faixa foi estendida no Mirante da Colina, bar que é um point tradicional de torcedores nos arredores do estádio, protestando contra a situação: "Querem nos excluir de novo. Lutem por nós, Vasco".
O clube associativo, que já havia assinado uma nota conjunta com a SAF, publicou foto da faixa com nova manifestação, falando em garantir, ao lado da SAF, o "legítimo direito" dos vascaínos e das comunidades do entorno. O clube diz que a decisão de manter São Januário fechado é "uma aberração, injusta e inaceitável". As redes da SAF compartilharam o comunicado.
"Manter São Januário fechado aos vascaínos e às comunidades em nosso entorno é uma aberração, injusta e inaceitável.
Na semana em que celebraremos o Centenário dos Camisas Negras, o Vasco da Gama reafirma seu compromisso histórico de lutar contra qualquer tipo de preconceito e de estar sempre aberto a todos e todas, na Barreira, na Zona Norte, no Rio e em todo o Brasil.
Ninguém vai tirar nosso direito de congregar e celebrar na Barreira do Vasco, o melhor lugar do mundo. Confiamos na Justiça e estaremos junto da Vasco da Gama SAF para garantir o legítimo direito dos vascaínos e das comunidades de nosso entorno".
No Vasco, havia otimismo sobre o tema, que alinhou SAF e clube associativo, locatário e proprietário da Colina, respectivamente. Especialmente após a decisão do STJD. Foram vários os protestos posteriores, incluindo a nota conjunta, que falava em "condição sui generis (única)" do estádio após liberação parcial na Justiça esportiva a interdição na Justiça comum. Agora, a desinterdição depende do julgamento do mérito da ação, ainda sem data. O Vasco volta a jogar em casa no próximo dia 20, contra o Atlético-MG, já livre de qualquer punição na esfera esportiva.
Também neste domingo, o perfil da SAF publicou vídeo de torcedores assistindo à vitória sobre o Grêmio em bares na porta de São Januário.
As manifestações vêm em sequência de um clima de revolta por parte dos moradores da Barreira do Vasco, principal comunidade das que cercam o estádio. Conforme revelou o site ge.globo, o Vasco chegou a anexar ao pedido de desinterdição negado na sexta uma carta da associação de moradores da comunidade, que defende o local e fala em prejuízo ao comércio local sem a presença de torcedores nos jogos.
"(A associação) manifesta total repúdio às falas preconceituosas proferidas contra a Barreira do Vasco, amplamente divulgadas nas redes sociais como tendo sido proferidas no processo. A Barreira é um local de paz, segurança e lar de mais de 10 mil famílias que batalham todos os dias para terem garantidos os seus direitos", diz trecho do comunicado.
Em outro trecho divulgado pelo site, não citado na nota da associação, uma parte do relato do juiz de plantão da partida, Marcello Rubioli, fala em "estampidos de disparos de armas de fogo" ouvidos na comunidade e ruas "lotadas de torcedores se embriagando antes de entrar no estádio". O relato foi utilizado como base da ação do Ministério Público que levou à interdição de São Januário.
"Para contextualizar a total falta de condições de operação do local, partindo da área externa à interna, vêse (sic) que todo o complexo é cercado pela comunidade da barreira do Vasco, de onde houve comumente estampidos de disparos de armas de fogo oriundos do tráfico de drogas lá instalado. São ruas estreitas, sem área de escape, que sempre ficam lotadas de torcedores se embriagando antes de entrar no estádio", diz o trecho.
Fonte: Blog Panorama Esportivo - O Globo OnlineMais lidas
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