Área do CT da base pode ter problema com legislação ambiental

O artilheiro do Vasco, hoje presidente e deputado do PMDB, está na marca do pênalti para marcar o primeiro gol contra da carreira. Roberto Dinamite pode ampliar o patrimônio do clube com uma área pública de 150 mil m² no Parque Nanci, dada pelo prefeito, num flagrante desrespeito à legislação ambiental. O gol contra Maricá, a ser cobrado pelo ex-jogador, foi mais uma armação de bastidores do vascaíno Quaquá.
Segundo revela o jornal O Terminal, há mais de um ano o órgão oficial dos petistas locais, o açodado prefeito revelou no Facebook o “acerto” com o clube carioca e espalhou a notícia como se fossem favas contadas até no site da Prefeitura. O mesmo jornal acrescentou, no entanto, que era uma notícia “guardada a sete chaves” com a área pré-selecionada para ofertar ao clube. Mas, graças ao apressadinho Quaquá, mais uma de suas próprias manobras demagógicas e ilegais foi revelada. A operação Vasco da Gama embute o uso da imagem do clube e do artilheiro deputado, como já aconteceu em outras ocasiões, para Quaquá vestir a fantasia de factóide, reconquistando simpatias que já jogou há muito no lixo. Eis aí outra manobra de gabinete para enfeitar a imagem pública de um prefeito desqualificado nem que seja preciso entregar terras públicas para terceiros, sob o manto diáfano de mentiras.
Ainda segundo o jornal, o Vasco está apenas procurando espaços por todo Estado do Rio para implantar o Centro Técnico e uma comissão presidida por Dinamite estaria conhecendo os locais oferecidos. No entanto, Maricá do desgoverno já anunciou que dá uma área ambiental de mão beijada e o presidente vascaíno veio inclusive com o projeto pronto. No bolso do colete, trouxe de quebra a construção de uma escola? Mais uma vez se aproveita da demagogia social para encobrir maracutaia governamental.
O governo que doa área de interesse público e ambiental é o mesmo que em 2009 se vangloriou da criação de parques municipais. Em torno de dez áreas tiveram desapropriação decretada, com atos publicados no Jornal Oficial de Maricá no início do governo. Nenhuma delas, no entanto, estava em local adequado. Todas localizadas em beira de estrada e mesmo no próprio Centro, na muvuca do trânsito. Até hoje nenhum parque sequer teve sua instalação iniciada.
Maricá, assim, mostra sua vocação para andar em descompasso com os verdadeiros interesses sociais. Aqui as áreas panorâmicas, que deveriam servir como atração turística, ou de convívio da população, são da privilegiada classe governamental. Os prédios do Fórum e do próprio Ministério Público são exemplos mais do que notáveis pelo tamanho, à beira da lagoa. Apesar de importantes órgãos, estão mal localizados para atender a população em locais sem fácil acesso. O mesmo governo que gerou tais monstros colocou uma creche, enorme e bem aparelhada, no alto de um morro com uma ladeira apelidada de Mata Criança. Dois pesos e duas medidas sempre para não atender ao cidadão, mas privilegiar órgãos públicos.
Agora é dado mais um alerta à população que perde cada vez mais os melhores espaços municipais para seu próprio lazer ou para atração turística. Sob a demagógica proteção do interesse social, tudo é entregue a terceiros privilegiados com a conivência da Câmara e a complacência do Inea. À população, restam a lama, o lixo e as promessas.