Árbitro do clássico critica jogadores
O árbitro Edilson Soares da Silva, que apitou o clássico entre Flamengo e Vasco, acusou os jogadores Morais, do Vasco, e Renato, do Flamengo, de terem sido irresponsáveis ao iniciarem a briga que, segundo ele, poderia ter causado um tumulto de grandes proporções no Maracanã, no último domingo.
- A atitude dos jogadores foi irresponsável. Os torcedores foram incitados e já estavam nervosos, de nada ajudou aquela atitude. Por sorte, não houve uma tragédia no fim da partida, já que a torcida estava de cabeça quente. Para os que gostam de briga, tudo é motivo - disse o árbitro.
Edílson não se privou de criticar Renato, o pivô rubro-negro da confusão que envolveu jogadores, policiais e sobrou até para a imprensa.
- Lamento que o senhor Renato tenha tomado aquela atitude. Não entendi até agora o que ele queria. Ele veio correndo de forma desesperada na minha direção. Os policiais seguraram ele, que estava descontrolado. Eu não sei o que ele disse, mas o comportamento físico demonstrou que ele não estava controlado. Não tive outra alternativa, senão expulsá-lo - detalhou.
A justificativa de Renato para ter corrido na direção de Edílson é que ele sempre cumprimenta os árbitro no fim dos jogos. Edílson não se convenceu disto.
- Se ele tivesse ido me cumprimentar, seria o mais enfático cumprimento que eu já recebi na minha carreira. Mas, graças aos policiais, ele não conseguiu chegar em mim - aliviou-se.
Sobre Morais, o árbitro também não economizou nas críticas.
- O Morais seria expulso direto por ter chutado a bola para longe. A atitude dele foi anti-desportiva. Mesmo sem ter cartão amarelo, o que ele fez foi merecedor de expulsão. Além de isolar a bola, ele ainda simulou uma agressão que não aconteceu, o que foi mais grave ainda. O Morais precisa repensar seu comportamento. Ele precisa se espelhar no Roberto Dinamite e no Zico, que nunca causaram problemas como este - acusou.
Edílson ainda viu um lado engraçado em toda a confusão.
- Eu achei engraçado que três minutos depois da briga, eles tenham trocado de camisa. Parecia que nada havia acontecido - disse.
Bem-humorado, Michael Jackson, como Edílson é apelidado, também falou sobre a coincidência de ser xará de Edílson Pereira de Carvalho, o ex-árbitro acusado de envolvimento na manipulação de jogos.
- Para mim, chamar de Edilson não é ofensa, evidentemente. Quando eu erro e me chamam de Edílson eu penso: nossa, como eu sou conhecido e querido - brincou.