Categorias de base

Após título na Taça BH, base do Vasco tem sopro de esperança

Um sopro de esperança. Assim pode ser definida para o Vasco a conquista da Taça BH Júnior, sábado, com triunfo por 1 a 0 sobre o Vitória na decisão. Em meio a muitas – muitas mesmo – dificuldades nas categorias de base nos últimos dois anos, fruto da situação financeira terrível em São Januário, um determinado grupo de jogadores comandado pelo ex-atacante Sorato encheu seus torcedores de orgulho.

Especialmente com a saída do diretor executivo Rodrigo Caetano para o Fluminense, em dezembro de 2011, o Vasco enfrentou dificuldades na base. O episódio mais emblemático foi a morte do jovem Wendel, 14 anos, por um ataque cardíaco durante treinamento. Por menos culpado que o clube eventualmente possa ter sido na tragédia casual, o fato é que ela trouxe luz às mazelas vascaínas e as faltas de condições de trabalho ideais oferecidas para os jogadores em formação.

A crise bateu no bolso do Vasco, que perdeu dois de seus jogadores mais promissores neste ciclo. O centroavante Mosquito (96), maior goleador da história do Sul-Americano Sub-15, recusou a assinatura de contrato profissional e, depois de litígio, partiu para o Atlético-PR. Os cofres vascaínos até foram ressarcidos, mas não impediram atrasos. Foguete (96), outro selecionável dos juvenis, acusou atrasos de salário e em seu FGTS. Saiu sem custos para jogar no São Paulo. Fabrício Baiano (92), também promessa do Sub-17, admitiu que havia adulterado seus documentos e tinha quatro anos a mais.

As notícias ruins pareciam não ter fim, mas o trabalho de fôlego realizado pelo diretor Mauro Galvão merecia ser recompensado. Em uma Taça BH sem favoritos destacados, principalmente pelas fragilidades dos times mineiros, o Vasco foi competitivo e teve espírito de campeão. Estreou com derrota para o Goiás, mas reencontrou o adversário nas oitavas de final e ganhou por 3 a 1. Já era uma equipe encorpada que passou, na base da raça, por América-MG e também Fluminense para ir à final.

O jogo contra o Vitória no último sábado só veio para confirmar quem eram os protagonistas do time de Sorato. No gol, Jordi (93) superou mal estar durante a partida, pegou pênalti e também tudo que viu pela frente. Está distante de ser um goleiro frio e infalível, mas demonstrou virtudes técnicas elogiáveis sob as traves. Precisa ser bem trabalhado. Lá na frente, John Cley (94) marcou pela sexta vez na Taça BH com um chute de longe, bonito. Decisivo.

Estigmatizado por atuações ruins no início do Campeonato Carioca com os profissionais, Jhon Cley voltou aos juniores para dar a volta por cima na Taça BH e parece pronto para uma nova chance. A redenção também é um sentimento comum a outros destaques da campanha como o lateral Dieyson (93), o meia Guilherme (94) e o próprio Jordi. Com contrato até fevereiro, porém, o goleiro está livre desde já para assinar com outro clube, um vacilo imperdoável. Sinal de que as coisas precisam seguir em evolução no Vasco.

Fonte: Blog Prata da Casa- Terra Esportes