Apesar do esforço, disputa eleitoral atrapalha permanência de Benítez
Não terá sido por falta de vontade de Vasco e Benítez que a passagem do argentino por São Januário não será mais longa. Apesar dos esforços de ambos, as chances de o jogador ser adquirido definitivamente são cada vez menores e o discurso no clube já é pessimista. Dezembro chegou e deve ser o mês de despedida.
O contrato do jogador vai até o dia 31 e, com isso, Benítez ainda tem quatro partidas do Campeonato Brasileiro pela frente com a camisa do Vasco: contra Grêmio, Fluminense, Santos e Athletico. Depois disso, deverá retornar ao Independiente, clube argentino que detém seus direitos.
A prioridade do Vasco para a contratação do jogador está no fim. As partes acertaram a transferência de 60% dos direitos por US$ 4 milhões (aproximadamente R$ 20 milhões), com o clube carioca tendo de apresentar as garantias financeiras para o negócio. Sem elas, os argentinos vão ao mercado ouvir a proposta de outros interessados pelo jogador — são três clubes brasileiros e outro do Oriente Médio. Nada impede que o Vasco faça uma nova investida tendo já concorrentes no páreo, mas a possibilidade é considerada remota nos bastidores.
Dois fatores pesam para o Vasco não conseguir concretizar a contratação. Apesar de ter acertado as condições para o negócio, a atual diretoria ainda não havia viabilizado financeiramente a compra dos direitos econômicos de Benítez. O cenário de pandemia, com a redução drástica de receitas, pesa e uma alternativa que o clube cogitou foi a de arrecadar fundos para a compra com a torcida.
Disputa eleitoral
Além disso, a indefinição política do Vasco atrapalha as negociações. Alexandre Campello tem repetido que não quer gerar um passivo milionário para o clube sem o consentimento de quem o substituirá na presidência, mas até agora não se sabe qual das eleições valeu, a do dia 7 ou a do dia 14 de novembro, e até se cogitou um terceiro pleito.
Um julgamento no Tribunal de Justiça está marcado para acontecer no próximo dia 17, para ratificar ou não a decisão do desembargador Camilo Rulière de validar a eleição do dia 7 como a legítima. Dependendo do resultado, a transição presidencial do Vasco pode ter início e Campello, já ao lado do sucessor, pode discutir a chance de reativar as conversas com o Independiente.
Se dependesse apenas de Benítez e da torcida, a permanência em São Januário estaria já sacramentada. O jogador já deu declarações de que gostaria de seguir no Vasco e os torcedores consideram o argentino, ao lado de Germán Cano, um dos poucos pontos positivos de uma temporada complicada. Mesmo com o camisa 10, o time luta para não ser rebaixado no Campeonato Brasileiro. Caso sua saída seja confirmada, serão 11 partidas até o fim da competição sem o camisa 10.
Apesar das boas atuações, a quantidade de partidas que Benítez já perdeu em 2020 — seja por problemas físicos ou por Covid-19 — levantam discussões a respeito de até que ponto valeria o gasto milionário do Vasco para contratá-lo definitivamente. No Brasileiro, das 22 partidas disputadas até agora, ele esteve fora de sete.
Por aproximadamente R$ 20 milhões, o argentino se tornaria a segunda contratação mais cara da história do Vasco, atrás apenas do segundo retorno de Edmundo a São Januário, quando o clube pagou à Fiorentina, da Itália, em valores corrigidos pela inflação, cerca de R$ 100 milhões pelo atacante.
Benítez estaria imediatamente à frente da contratação de Diego Souza, por quem o Vasco pagou, em valores corrigidos, o equivalente a R$ 14 milhões.
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