Futebol

Antônio Lopes relembra conquistas de 1998 e 2003 pelo Vasco

Fábio, Russo, Alex, Wellington Paulo e Edinho; Henrique, Bruno Lazaroni, Léo Lima e Marcelinho; Marques e Souza. O próprio técnico da época, Antônio Lopes, admite que o time estava longe de ser excepcional, mas foi com essa escalação, além da ajuda dos reservas Rogério Corrêa, Cadu e Rodrigo Souto, que o Vasco ganhou há exatos oito anos, no dia 23 de março de 2003, o Campeonato Carioca daquela temporada, último título do clube numa divisão de elite.

Hoje no comando do Vitória, Antônio Lopes é o primeiro a dizer que o time não era individualmente brilhante. E olha que o Vasco venceu a Taça Guanabara daquele ano com estrelas como Marcelinho Carioca, Petkovic, Valdir e Marques.

“Era um time de muita marcação, não tinha muitos nomes de grande expressão, mas fez uma campanha brilhante”, lembrou ontem o veterano treinador, por telefone. “Nunca poderia imaginar que o Vasco iria ficar de 2003 até 2011 sem ganhar título. O Vasco é grande, um time que sempre conquista títulos. Mas é uma fase de baixa que qualquer clube passa”, analisa Lopes, que de memória e de surpresa, porque não lembrava que hoje faz oito anos da última volta olímpica vascaína, citou alguns dos desconhecidos que fizeram daquele limitado time campeão.

“Tinha o Fábio, que hoje está no Cruzeiro, o Russo, a dupla de zaga com o Henrique, que era cunhado do Ramon (do time campeão da Libertadores, não o atual lateral-esquerdo), o Edinho, que trouxemos do Madureira, o Bruno Lazaroni, um volante muito bom. O Pet, que saiu para a China, mas entrou o Léo Lima, que jogou muito bem”, enumerou Lopes, lembrando uma das muitas confusões daquela final tumultuada no Maracanã, que recebeu cerca de 80 mil pessoas.

“O Renato Gaúcho até queria dar porrada no Léo Lima por causa do lance de letra”, lembra, sorrindo, Lopes, que ganhou quase tudo na Colina. Pelo Vasco, foram oito títulos, incluindo uma Libertadores — sua última passagem pelo clube foi em 2008, ano do rebaixamento. Mas é a derrota por 2 a 1 para o Real Madrid, em 1998, que ainda machuca o treinador.

“Nosso time era excepcional, nos preparamos muito bem, enquanto o Real não se preparou nada, chegou morto no Japão. O Roberto Carlos até disse que ganharam o título no ‘espiritismo’. Jogamos bem para caceta, o time estava voando, mas perdemos uma porrada de gols”, lamenta Lopes.

Técnico cheio de gás para mais 11 anos de carreira

Aos 69 anos, o técnico do Vitória fala sério e brinca ao mesmo tempo quando comenta seu futuro. Ele diz que só quer parar aos 80 anos. “Até lá, ainda vou ser técnico. Enquanto me sentir em condições de dar treinamento, enquanto tiver tesão, tiver saúde e não encher o saco de futebol, eu continuo. Depois penso se vou ser superintendente, diretor ou qualquer coisa”, afirma Lopes.

Comandante das maiores conquistas do Vasco, o técnico admite a saudade de São Januário. “Ali conheço todo mundo. Onde se é bem tratado, naturalmente se sente saudade”.

Fonte: O Dia