Antônio Lopes diz que amizade com Dinamite continua inabalada
O GLOBO:Depois desses anos todos de futebol, o senhor continua na ativa? ANTÔNIO LOPES: Continuo na ativa normalmente.
E quando isso vai acabar? ANTÔNIO LOPES: Vai acabar quando eu sentir que não estou mais com tesão para acordar, para dar treino. Quando eu não tiver condição física para ministrar um treino técnico, um treino tático. Enquanto eu tiver condição física para dar um treino, não vou parar.
O senhor trabalhou com vários jogadores consagrados. Quem foi o que mais te marcou? ANTÔNIO LOPES: Falar só de um é difícil, mas acho que foi o Roberto. Pelo títulos que conquistamos, pela postura que ele sempre teve, pelo que representou para o Vasco.
O senhor foi demitido pelo Roberto depois que ele se tornou presidente do Vasco. Isso abalou a relação de vocês?
ANTÔNIO LOPES: Que nada. Aquilo foi muito mais um problema político, pois eu era ligado ao grupo do Eurico Miranda. Nossas famílias se frequentam, minha mulher sai com a dele.
Campeão da Libertadores, bicampeão brasileiro, várias vezes campeão estadual. Qual foi o título mais importante da sua carreira? ANTÔNIO LOPES: O mais importante, o que guardo com mais carinho, foi o Campeonato Carioca de 1982, meu primeiro título como técnico. Foi em cima do Flamengo, que na época tinha um time espetacular, ganhava tudo e de todo mundo. Este título marcou muito minha carreira.
O senhor barrou cinco titulares antes das finais. Como foi isso? ANTÔNIO LOPES: Nosso time vinha mal demais, depois de um início de campeonato excelente.
Apesar da queda, conseguimos uma vaga nas finais por termos somado o maior número de pontos no campeonato.
O Flamengo tinha conquistado a Taça Guanabara e o América, a Taça Rio. Na última rodada do segundo turno, nós enfrentamos o Flamengo, que, como nós, já estava classificado.
Decidi, então, barrar sete titulares. Demos um chocolate e vencemos por 3 a 1, com um golaço do Ernani, que eu tinha puxado dos juniores.
Mas isso foi antes do início das finais.
ANTÔNIO LOPES: Foi. Era um triangular e, na primeira rodada, enfrentaríamos o América.
Aproveitei a vitória sobre o Flamengo e, na segunda-feira, comuniquei aos jogadores que manteria cinco dos sete que entraram. Só voltaram o Roberto e o Pedrinho Vicençote.
Barrei Mazzaropi, Rosemiro, Nei, Dudu e Palhinha, e coloquei Acácio, Galvão, Ivan, Ernani e Jérson.
Ninguém reclamou? ANTÔNIO LOPES: Nada. Fui franco com os jogadores. Expliquei a todos as razões das modificações. Disse ao Mazzaropi, por exemplo, que ele vinha falhando seguidamente e já deveria ter saído há muito tempo. Justifiquei tudo. Depois perguntei se alguém tinha alguma coisa para falar. Só o Palhinha, que era malandro, já veterano, disse que tinha algo a dizer. Pensei que ia reclamar, mas ele se virou para mim e falou que já tinha que ter saído faz tempo, pois não estava mais jogando nada. Todo mundo caiu na gargalhada.
Já teve situação que em 15 minutos de jogo teve que substituir um jogador? ANTÔNIO LOPES: Não, nunca fiz isso. É sacanagem. Acho isso sacanagem. Tem que aguentar, não pode sacanear o jogador. Acho uma covardia o treinador fazer isso, de tirar no primeiro tempo. É jogar o cara contra a torcida.
Já bateu boca com jogador depois de substituição? ANTÔNIO LOPES: Não, não faço isso. Terminou o jogo, não vou falar com ele. Não vou criticálo nem nada.Você tem que ser malandro. Você vai atacar o jogador e ele vai te atacar também.
Vai sair uma merda. Outro troço que eu não faço é substituir jogador que está mal e ir lá cumprimentar. É se expor à toa. Se o cara não te cumprimenta, te ignora, a crise está instalada.
Aconteceu com o Caio Junior no Palmeiras. Esticou a mão para o Edmundo, que não quis saber. ANTÔNIO LOPES: É. Aí, você tem que dar uma porrada. Não pode. Sempre dou este conselho para o meu filho Júnior, que também é treinador.
O senhor fica chateado quando te chamam de delegado? ANTÔNIO LOPES: De maneira nenhuma. Afinal, sou delegado mesmo. Muita gente acha que este meu jeito durão tem a ver com o fato de eu ser policial. Nada ver. Isso é coisa de família Meu pai era português, motorista de praça, pobre e muito rígido com os nove filhos Tinha que fazer a barba todo dia e engraxar os sapatos. E tinha fixação com negócio de horário. Eu também tenho.
Este seu estilo já o prejudicou alguma vez? ANTÔNIO LOPES: Já. Quando a Parmalat chegou ao Palmeiras, eu ia ser o técnico. Dias antes de assinar o contrato, um diretor do Internacional, onde eu tinha trabalhado recentemente, disse para o pessoal do Palmeiras que eu cobrava muito, estava sempre do lado dos jogadores, exigia salários em dia. Acabaram contratando o Luxemburgo foi por causa da Polícia que fui parar no futebol. Um dia, o Hélio Vígio, que era preparador físico do Vasco e tinha sido meu colega no curso de detetive, apareceu lá no Detran, onde eu trabalhava, para liberar o carro do Andrada (ex-goleiro), que tinha sido apreendido.
Resolvemos o problema e antes de sair ele, que sabia que eu era formado em Educação Física, me perguntou se eu não queira ser auxiliar dele no Vasco. Aceitei na hora. Isso foi em 1974.
Recentemente você pediu desculpas para o bandeirinha Altemir Hausmann por ter dado voz de prisão a ele no ano passado... ANTÔNIO LOPES: Eu não dei voz de prisão. Isso os caras falam e já não é a primeira vez.
Em 92, num Gre-nal também aconteceu algo semelhante, mas é mais folclore. As pessoas acham que, se sou eu, vou prender.
Algum dia achou que iria treinar a seleção? ANTÔNIO LOPES: Achei sim.
Uma vez, eu estava no AtléticoPR e íamos jogar contra a Ponte Preta, em Campinas. Estava o time para entrar em campo, quando toca o meu celular.
Era o Ricardo Teixeira.
Ele me chamou para uma conversa.
Como eu era treinador, achava que ele ia me convidar para ser o treinador da seleção.
Na segunda-feira, vim para o Rio. O carro dele me pegou e me levou lá pra fazenda dele. Ele falou: eu quero que você seja o presidente da comissão técnica, você que vai mandar, você que vai escolher e o caramba. Fiquei um pouco decepcionado, mas nunca tinha trabalhado
Era uma época complicada para a seleção.
ANTÔNIO LOPES: O futebol estava confuso e a política também.
Tanto assim que eu tinha convidado o Felipe para ser treinador, antes do Leão. Ele não quis. Também convidei o Parreira, que recusou. Aí, convidei o Leão.
Mas depois o Felipão assumiu.
O senhor já tinha algum contato com ele? ANTÔNIO LOPES: Tinha. Quando trabalhei no Inter, ele sempre me chamava para sair, para jantar em Porto Alegre. Antes, em 82, ele tinha terminado a carreira em Alagoas, no CSA, e virou técnico lá. Quando ele saiu, passou pelo Rio e pediu para ficar no Vasco e acompanhar meu trabalho. Quando fui para o Internacional, ele estava no Grêmio e me falou: pô, lá no Rio você me acolheu bem para caramba. O que você precisar de mim aqui...
Em 85, você estava no Kuwait e também achou que poderia ir para a seleção? ANTÔNIO LOPES: Foi. O presidente era o Giulite (Coutinho).
Quando estava para terminar o meu contrato, o falecido (Arthur) Sendas ligou para mim e falou que o Medrado Dias (então candidato a presidente da CBF) tinha dito para ele que eu seria o treinador da seleção.
Coincidiu que eu estava terminando o meu contrato no Kuwait. Quando cheguei no Brasil. o técnico da seleção era o Evaristo. Eu estava crente que ali eu ia ser o treinador.
Eu tinha saído bem aqui do Brasil e estava numa seleção.
Achava que seria eu.
O senhor trabalhou com vários craques, entre eles o Romário.
Como foi essa convivência? ANTÔNIO LOPES: Eu puxei o Romário para o profissional, em 1985. Ele já era uma fera.
Cheio de personalidade. Fui colocando ele aos poucos, em jogo-treino. Ele entrava e fazia um monte de gol. Um dia, o Silvinho (ex-América), que era meu ponta-esquerda, se machucou e tive a ideia de pôr o Romário no seu lugar. Ele era novinho, mas mesmo assim reclamou, dizendo que era centroavante.
Ele se recusou a jogar? ANTÔNIO LOPES: Não. Disse que ele seria um segundo centroavante, que jogaria um pouco mais aberto. Ele me disse que quem devia ser deslocado era o Roberto, que, segundo ele, já não era o mesmo, não tava jogando nada. Dei uma risada e disse que o velho ainda resolvia. Os dois se entenderam muito bem. O Roberto foi humilde, aceitou mudar sua forma de jogar e acabou consagrando o Romário
E como foi dirigir Edmundo e Romário, com os dois brigados, como aconteceu em 2000, no Vasco? ANTÔNIO LOPES: Quando o Romário chegou, o Edmundo já estava lá. Perguntei a ele se o fato de estarem brigados não ia atrapalhar o time. Romário foi super sincero. Disse que dentro de campo não haveria problema algum, mas não queria papo fora das quatro linhas.
E realmente os dois se entenderam muito bem. Em alguns jogos do Mundial deram um show.
Quem era o capitão? ANTÔNIO LOPES: O Edmundo, que já era o capitão. Me lembro de dizer ao Romário que o Edmundo seria o capitão e cobraria os pênaltis. Sabe o que ele disse? Não tem problema professor, vim aqui para ser sargento. Romário sempre teve ótimas tiradas.
Você já teve problema de indisciplina com jogador, tipo o que aconteceu com o Neymar e o Dorival Júnior? ANTÔNIO LOPES: Nunca. Aliás, tive uma vez. Foi com um jogador cobra, que não vou dizer o nome, porque o cara está vivo.
Fica chato, né. Só posso dizer que não era de time do Rio.
O senhor chegou a dar de mão nele? ANTÔNIO LOPES: Isso mesmo.
O cara não estava jogando nada.
Tirei ele em dois jogos seguidos e, no terceiro, voltei a tirá-lo, já no fim do segundo tempo. Ele passou por mim gesticulando e falando algumas coisas. Não gostei. Quando terminou o jogo, entrei logo no vestiário e fui falar com ele. Teve um inicio de bate-boca e não perdoei: dei uma fritada nele, na cara (risos). Eu dei a primeira, aí o pessoal do deixa disso chegou e separou.
Foi a única vez que eu dei uma porrada, mas a imprensa não soube. O cara, mesmo tendo levado na cara, veio pedir desculpas na segunda-feira. Ele sabia que comigo não jogaria mais de jeito nenhum.
E o Neymar? O senhor foi um dos primeiros a alertar para o comportamento dele dentro de campo. ANTÔNIO LOPES: Ele é um garoto legal. Está deslumbrado, né. Chegou à seleção rapidamente, tem ascensão igual ao Pelé. Ele precisa de ajuda. O Brasil precisa dele, o Santos precisa dele.
Chegou a discutir com ele no jogo na Vila? ANTÔNIO LOPES: Foi coisa de jogo, nada demais. Ele foi ali perto do banco e provocou meu lateral-direito para caramba.
Ele é malandro, guri de rua, igual a mim. O Emerson (zagueiro do Avaí) deu-lhe uma porrada e ele caiu. Disse ao árbitro que ele estava se jogando à toa. E ele virou pra mim, no chão e disse que tinha o maior respeito por mim. E eu disse que também tinha respeito por ele e completei: você joga para c.... E ele até me cumprimentou. Logo depois, deu um drible desconcertante no meu zagueiro e eu comentei com um auxiliar que o garoto era mesmo o diabo. Aí, depois, no vestiário, os nossos jogadores reclamaram que ele tinha dito durante o jogo que era rico pra caramba.
Isso irritou você? ANTÔNIO LOPES: Nada, é comum no futebol. Sempre teve.
Uma vez, eu era juvenil do Olaria e fomos jogar contra o Flamengo, que tinha o Gérson.
Ele virou pra gente e disse que nós não almoçávamos, só comíamos sanduíche, e que no Flamengo todos comiam bem.
Ele era folgado pra caramba e já jogava muito. Ele diz que não teve isso, mas teve.
É verdade que o Vanderlei Luxemburgo começou a carreira de treinador com o senhor? ANTÔNIO LOPES: É. Ele era meu jogador no Olaria, em 1980, mas não conseguia jogar já que tinha problema num joelho, que vivia inchado. Um dia ele não aguentou mais e me pediu uma chance pois queria ser treinador. Ele passou a ser meu estagiário. Já era malandro para caramba.
Depois, quando fui para o América, levei ele para ser meu auxiliar.
E o Dener? Ele também foi lançado pelo senhor, né? ANTÔNIO LOPES: Foi. E aconteceu uma coisa engraçada. Tinha acabado de chegar na Portuguesa quando fui procurado por um conselheiro, que se chamava Mário Fofoca. Ele me disse que tinha um garoto nas divisões de base que era uma fera, mas tinha ido embora porque precisava ganhar dinheiro, já que tinha feito mal a uma menina e ela, engravidado.
Segundo o tal do Mário Fofoca, o Dener estava jogando futebol de salão para ganhar coisa de R$ 500, se fosse hoje.
Mandei ele trazer o garoto para eu dar uma olhada. No dia seguinte ele me aparece com um neguinho mirrado, com as pernas um pouco tortas. Não levei a menor fé.
Como foi o treino? ANTÔNIO LOPES: O coletivo já estava no final e, para falar a verdade, tinha até me esquecido do garoto. O preparador físico foi quem me lembrou. Na primeira bola, o moleque deu um lençol no Vladimir, que era meu zagueiro titular. Na segunda, jogou a bola na caneta do cara, que meteu o cotovelo.
Fui na diretoria e pedi para darem R$ 800 e arrumarem um lugar para ele morar. Ele jogava mais do que o Neymar na mesma idade.
Ele era diferente? ANTÔNIO LOPES: Era. Malandro à beça. No primeiro jogo dele no profissional, em 1989, vencemos o Grêmio, no Olímpico, por 2 a 1, dois gols de falta do Roberto. Depois do jogo, o Dener procurou o Alfinete, que era lateral-direito, e pediu para trocar a camisa. O Alfinete tirou a dele, mas o Dener não. O garoto disse que era pobre e estava fazendo seu primeiro jogo no time de cima.
Falou que não tinha dinheiro para pagar a camisa que ele daria em troca pela do Grêmio, que queria guardar como recordação. Ou seja, enrolou o Alfinete. O cara já era veterano e só ficou rindo por ter sido tapeado por um garoto
Uma de suas características é lançar jovens. Como se dá este processo? ANTÔNIO LOPES: Eu gosto de ver treino das divisões de base para poder saber o que temos no clube. Quando dá, assisto a jogos. Foi assim que eu descobri o Ernani, que tinha futebol de craque e poderia ter ido longe.
Como foi? ANTÔNIO LOPES: Vi um treino dele e fiquei impressionado com seu estilo. Jogava com elegância, parecia até o Falcão.
Fiquei de olho. Um dia, vieram me avisar que o clube estava mandando o Ernani embora, porque ele teria roubado um calção. Mandei ele se apresentar ao profissional. Perguntei o que tinha acontecido e ele disse que o diretor estava implicando com ele, que não tinha roubado nada. Decidi ficar com ele.
Mas ficou por isso mesmo? ANTÔNIO LOPES: Não. O Calçada, que já era o presidente, me chamou na sua sala e disse que o Alfeu, que era diretor da base, estava chateado pois eu estava passando por cima dele para defender um ladrão. Eu disse ao presidente que também jogava minhas peladas com calções que pegava no Vasco. Portanto, também era ladrão. Também lembrei que ele morava na Cruzada São Sebastião, perto da Gávea, e ia acabar parando no Flamengo.
A situação foi resolvida e o Ernani foi um dos destaques do time campeão de 82. O pior é que eu sabia que ele tinha roubado o calção (risos).
E com o Felipe? ANTÔNIO LOPES: Eu tinha voltado do Paraguai, em 96. O Vasco me contratou e eu estava por fora do futebol brasileiro.
No primeiro treino que fui dar no Vasco, o Cássio, que era o lateral-esquerdo, se machucou.
Nós íamos enfrentar no domingo o Botafogo. Cheguei em casa e falei Júnior (Antônio Lopes Júnior, então auxiliar do Dé nos juniores do Botafogo), estou ferrado, estou sem lateral-esquerdo. Ele falou que tinha um jogador que jogava muito, mas andava sumido. Um tal de Felipe. Cheguei no dia seguinte e perguntei para o Alcir Portela, que era meu auxiliar, quem era esse tal de Felipe. E o Alcir: é um maluco do c... Ele estava suspenso em casa e já estava para ser mandado embora porque ninguém o aguentava
E como ele foi efetivado? ANTÔNIO LOPES: Chamaram o Felipe em casa, ele se apresentou e conversamos. Ele disse que brigava com uns garotos folgados da base. Ele não era titular justamente por isso. Todo mundo dizia que jogava mais do que o Bill, que era titular nos juniores. Botei ele no treino e ele arrebentou com aqueles dribles. Domingo meti ele contra o Botafogo. Ganhamos o jogo e ele foi a figura máxima. Não saiu mais.
O futebol hoje é mais violento do que antigamente? ANTÔNIO LOPES: Sem dúvida.
Fui torcedor do Vasco naquela época que o Botafogo tinha um timaço, Garrincha, Didi.
Hoje em dia, o Garrincha não ia ter uma vida futebolística longa como teve. Nego ia quebrar ele. Problema de joelho ferrado? Nego chega dando porrada logo de cara. Mauricinho, Renato Gaúcho, Paulinho (ex-ponta-esquerda do Fluminense), teriam o mesmo sucesso na década de 50 que o Garrincha teve. Eram dribladores, mas já jogaram numa época que viviam levando porrada dos caras. O Garrincha foi o que foi porque antigamente não se dava tanta porrada como hoje.
Depois de ser demitido do Avaí você reclamou e elogiou o clube.
Por quê? ANTÔNIO LOPES: Essa demissão do Avaí achei normal porque estávamos perdendo muito.
Antes, o presidente veio me procurar quando recebi duas propostas. Disse para ele ficar tranquilo. Eu tinha um compromisso com o clube.
E te mandaram embora. ANTÔNIO LOPES: Fiquei chateado, mas entendi. O time estava perdendo. Tive propostas de um time de São Paulo e um do Nordeste. O do Nordeste era pra ganhar o triplo. Não saí, o que é que eu vou fazer?
(Matéria reproduzida diretamente da versão papel do Jornal O Globo)