Antônio Carlos nega que caso de racismo o tirou do Vasco
O fim das negociações entre o técnico Antônio Carlos Zago e o Vasco não ocorreu por conta da pressão da torcida, que fez campanha na internet contra o ex-zagueiro, acusando-o de racista. Nesta quarta-feira, o comandante do São Caetano desmentiu a influência dos protestos e explicou por que não acertou com o clube, mesmo depois de ser considerado o favorito pelo presidente Roberto Dinamite.
\"O Vasco queria formar uma comissão técnica deles, com preparador físico, preparador de goleiro, e eu tenho um preparador que me acompanha. Essa situação ficaria difícil, até porque eles contrataram o Flávio de Oliveira\", disse Zago, em entrevista à Rádio Record. Sem acordo, o cruzmaltino acertou com Vagner Mancini, algo que pareceu premeditado para Antônio Carlos.
\"Acho que eles já tinham em mente isso, até porque o Mancini trabalhou muito com o Flávio de Oliveira, são amigos de velha data. E também acho estão bem com ele\", minimizou o treinador, que teve seu nome rejeitado por parte da torcida vascaína. O motivo foi o caso de racismo que protagonizou durante partida do Campeonato Gaúcho, em 2006.
Então zagueiro do Juventude, Zago agrediu o volante Jeovânio, que atuava pelo Grêmio, e acabou expulso. Deixou o campo esfregando os dedos contra o braço, em referência à cor da pele do rival. Como o Vasco é historicamente ligado à luta contra o racismo - foi o primeiro clube a aceitar negros em seu plantel no Rio de Janeiro -, a resistência foi grande ao treinador.
\"Isso voltou à tona agora com a negociação com o Vasco. Fizeram protesto em comunidades, mas o mais importante é que paguei por isso, não devo mais nada. Paguei na Justiça e pedi perdão a Deus\", disse Antônio Carlos, que prefere ser lembrado pelos momentos vitoriosos que teve como zagueiro dos principais times brasileiros e como dirigente do Corinthians.
\"Algumas pessoas só lembram das passagens ruins que tive, mas minha carreira foi vitoriosa. Tudo o que fiz na vida foi buscando o melhor. Infelizmente houve esse incidente, não é um exemplo a ser seguido, mas já paguei por isso\", complementou Antônio Carlos Zago.
- SuperVasco