Andrey fala sobre momento no Vasco e faz revelações
Andrey tem 20 anos, 15 deles vividos dentro do Vasco. Destaque nos últimos cinco jogos, o volante se firmou e virou titular da equipe. Foram três gols e boas atuações que mudaram seu patamar no clube em um momento crucial, quando ele já imaginava o risco de ter que procurar outra equipe para poder ter oportunidades de jogar.
Ele é um dos muitos atletas que foram efetivados nos últimos anos no time profissional, e precisou ver outros companheiros, alguns mais novos, terem oportunidade antes do que ele, como Paulinho e Douglas.
- Via como uma última oportunidade no ano, ou até mesmo no Vasco. Eu poderia ir mal e os dirigentes resolverem me emprestar para outro clube para ganhar experiência. Ou eu mudava minha vida ou precisaria de novos ares - afirmou Andrey.
O sucesso já faz com que as primeiras sondagens - em um primeiro momento, duas do leste europeu - comecem a aparecer. Até agora, sem proposta oficial. Mas Andrey não está com pressa. Depois de 15 anos, ele tem o sonho de escrever seu nome na história com títulos antes de pensar no sonho europeu.
Confira a entrevista completa com Andrey:
GloboEsporte.com: O que mudou na sua vida desde o jogo contra o Paraná? Depois foram mais quatro jogos, sua maior sequência como titular desde que se profissionalizou?
Andrey: Mudou completamente, foi uma virada de página na minha vida. Eu tinha como uma última oportunidade. Quando o Zé Ricardo me disse que eu seria titular, eu sabia que estava preparado para essa chance. Eu precisava aproveitar da melhor forma, e foi isso que tentei fazer. Depois da assistência (assista no vídeo abaixo) no primeiro jogo e dos gols nas partidas seguintes, todos deixaram a desconfiança em mim de lado e passaram a me ver com outros olhos.
Você disse que via como uma última oportunidade?
Via como uma última oportunidade no ano, ou até mesmo no Vasco. Eu poderia ir mal e os dirigentes resolverem me emprestar para outro clube para ganhar experiência. Ou eu mudava minha vida ou precisaria de novos ares.
Sentiu muita diferença de reconhecimento e até de assédio dos torcedores na rua?
Mudou muito. Nestes dias de férias fui passear no shopping, e toda hora vinha alguém pedindo uma foto. Antes desses jogos e desses gols não era assim.
Nestes cinco jogos foram ótimos números individuais. Assistência, gols, roubadas de bola... Para o torcedor que não tinha o costume de te acompanhar desde a base, esse é o Andrey que eles sempre podem esperar?
O chute de fora da área sempre foi uma das minhas maiores características desde a base. Por isso até que eu cheguei na seleção brasileira. Sempre arrisquei e sempre fiz gols. No profissional também estou sendo feliz. Estou arriscando e os gols estão saindo.
Esse aumento de confiança foi a partir do gol contra o Botafogo?
Com certeza. Depois que eu chutei e vi que estava indo na direção do gol, já meio que comemorei antes. Certamente que me deu muita confiança, além do apoio da torcida. É muito bom. O seu desempenho te transformou no jogador de meio de campo com a melhor média do Cartola.
Passou a ouvir muitos pedidos dos torcedores para que continuasse a pontuar bem?
Muita coisa (risos). Mensagem no Instagram, pessoas me parando na rua para dizer que me colocaram e eu ajudei bastante. Graças a Deus os gols estão saindo, mas minha primeira função é marcar, roubar bolas e distribuir o jogo.
Nos últimos anos, muitos jogadores da base foram lançados e alguns tiveram oportunidades mais rápido, como o Douglas, Paulinho e Evander. Você demorou mais para ter essa sequência. Essa espera foi muito complicada?
Essa espera na subida para o profissional é a mais complicada. Às vezes na base você acha que é o cara, e no profissional é tudo diferente, você é só mais um. É preciso ter paciência. Parei, pensei que minha hora chegaria, assim como foi com Douglas, Paulinho, Mateus Pet... Eu precisava estar preparado para aproveitar.
Como foi a transição da saída do Zé Ricardo para a chegada do Jorginho?
Agradeço muito ao Zé Ricardo por tudo que fez, é um treinador excelente que me ensinou muito. Cresci muito taticamente e tecnicamente. Ele mudou meu pensamento. Me dizia que eu tinha que correr mais, trabalhar mais, que no profissional era diferente.
O Jorginho foi quem me lançou no profissional, fico feliz pelo retorno dele. O trabalho dele é muito legal, parecido com o do Zé Ricardo. Lá em Minas ele cumprimentou cada um depois do jogo contra o Cruzeiro. Disse que o trabalho ia fluir da mesma forma e que confiava em nós, que podemos ter um grande ano ainda.
Está conseguindo aproveitar bem os dias de folga? Tem acompanhado os jogos da Copa? Tem algum jogador em especial que você gosta de observar?
São férias, mas não dá para perder o foco. Quero voltar melhor ainda. Estou assistindo aos jogos e vendo alguns craques em campo para aprender. Um cara que admiro muito é o Tony Kroos, um volante diferente, que tem uma ótima batida na bola. È um cara que gosto muito e vejo sempre os vídeos dele.
Como será retornar para os treinamentos na próxima semana sabendo que inicia o trabalho como titular?
É continuar trabalhando firme da mesma maneira. Tenho certeza que se eu mantiver o ritmo de antes das férias as coisas vão acontecer. Tenho que estar concentrado no Vasco, em ajudar o Vasco. Podemos fazer um grande ano ainda.
É mais difícil chegar ao posto de titular ou se manter entre os 11?
Acho que manter é mais difícil. Chegar, em três jogos eu cheguei. Agora tenho que me manter, ter uma regularidade.
Quais seus planos para curto e médio prazo? Já começam a aparecer as primeiras sondagens...
No curto prazo penso somente no Vasco, em fazer história no Vasco. Sempre deixei claro que sou vascaíno de coração, que penso sempre em ajudar a conquistar títulos. Claro que bem mais para frente quem sabe pensar em ir para a Europa. Quero antes fazer meu nome no clube.
Depois de 15 anos no clube, consegue resumir o sentimento deste seu momento atual?
É muito especial. Desde muito pequeno tenho foto com a camisa do Vasco. Sempre fui torcedor. Foi uma das primeiras palavras que aprendi. Realizei um sonho meu ao jogar no profissional. Foram 15 anos de luta.
Fonte: geMais lidas
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