Futebol

Andrade critica Celso Roth e diz que deixou as portas abertas

Pouco aproveitado desde que retornou do Sporting Braga, de Portugal, o volante Andrade, que tinha contrato com o Vasco de 16/07/2007 a 16/07/2009, comenta a sua transferência para o Cádiz, que disputa a segunda divisão da Espanha.

"Não tive tempo de me despedir de ninguém, até mesmo dos meus companheiros, porque foi uma coisa muito rápida que surgiu. A gente por um lado fica satisfeito, e por outro fico muito chateado também de ter deixado o Vasco, uma equipe que eu me identificava muito, com a torcida do Vasco, todos, gostava de estar no clube, no dia-a-dia, mas infelizmente a gente tem que procurar novos ares, dar seqüência na carreira da gente, já que não está tendo muita oportunidade no Vasco", disse ao repórter Wilson Pimentel, no programa "Momento Esportivo", da Rádio Brasil.

"Foi uma coisa mais rápida, que surgiu agora de imediato. A gente conversou, sentou. Eu tinha pedido autorização primeiro ao Dr. Eurico para poder iniciar uma conversa, até porque eu tinha um compromisso com o Vasco e queria honrar o meu contrato até o final. Mas entramos em um entendimento, achamos que era melhor a minha saída. Eu não queria ter saído neste momento, até porque achava que tinha e tenho condições de jogar na equipe do Vasco, mas por uma força ou outra que não sei explicar, não joguei".

O "Canhão da Colina" diz que deixa as portas abertas para um eventual retorno.

"Desde quando cheguei no Vasco, nunca encontrei coisa muito fácil para o meu lado, sempre tive muitas barreiras. Este ano também não sei por que motivo não tive muitas oportunidades. Sempre trabalhei igual a todo mundo ou até um pouco mais. Sempre me dediquei, nunca faltei a treino nenhum, nunca fui jogador que me vissem em noite, nunca foi para a noite no Rio, nada. Sempre tive o meu trabalho como a minha primeira opção para poder me destacar, mas infelizmente por um motivo ou outro não joguei. Fico chateado por isso mas não vou culpar outras pessoas. Não sei até onde têm culpa ou não, mas fiz a minha parte. Sempre que estive no Vasco, nos jogos vesti e honrei a camisa. Acho que nisso ninguém tem nada do que reclamar de mim. O mais importante é que entrei pela porta da frente, saí pela porta da frente e deixei as portas abertas. Isso que é o mais importante, uma coisa legal no futebol, a gente ter o respaldo de entrar e sair em um clube a hora que quiser".

O jogador elogia o técnico Renato Gaúcho, com quem trabalhou na sua primeira passagem pelo Gigante da Colina em 2006, e critica Celso Roth. No dia 13 de julho de 2007, surgiu a informação de que Roth teria pedido demissão ao presidente Eurico Miranda porque não tinha sido consultado sobre a contratação de Andrade, notícia posteriormente desmentida pelo treinador.

"O Renato foi um amigo que fiz no futebol. É um cara bacana, que me deu oportunidade, uma seqüência de jogos, porque viu que eu precisava. Voltei para o Vasco no ano passado em julho. Quando cheguei, estava o Celso Roth. Ele não queria que eu fosse para o Vasco, não sei por que motivo. Teve aquela briga dele com o presidente, que não entendi. Assim que cheguei no Vasco, o Celso Roth no primeiro treino meu, momento em que estive com ele, falou \"Ouve só Andrade, aquilo que tive com o presidente não foi só fumaça, foi fogo grande\". Pensei na hora que eu ia ter uma certa dificuldade para poder jogar a partir daquele momento, mas nunca desisti, sempre batalhei. Desde que voltei, tive uma seqüência de no máximo dois jogos seguidos. Sempre que acontecia isso, me tiravam do time, alguma coisa. Com o Renato foi diferente, ele me deu a seqüência, tive oportunidade de jogar, e a partir do momento que ele me deu a seqüência, provei para ele que eu tinha condição de jogar, ser titular do Vasco e render aquilo que ele esperava. Fui considerado o segundo melhor volante na minha posição no Campeonato Brasileiro de 2006, então não foi à toa que conquistei isso. Eu não tinha que provar mais nada para ninguém que eu teria condição de jogar no Vasco. Eu tenho, mas por um motivo ou outro não joguei. Agora não adianta lamentar, colocar culpa em um ou outro. É bola para a frente, vida que segue".

O atleta não se considera inferior aos outros volantes do elenco. Após o seu retorno em 2007, Xavier foi contratado. Para a temporada de 2008, vieram Beto e Jonílson.

"Respeito todos os jogadores, todo mundo. Todos os jogadores são bons, de qualidade boa, só que todos tiveram seqüência de jogos. Eu não tive uma seqüência, a oportunidade de jogar. Todos esses jogadores tiveram. Treinei igual a todos, não estou inferiormente fisicamente nem tecnicamente do que eles. Em todos os treinos eu estava presente, sempre treinei com força, afinco, nunca deixei de fazer os trabalhos passados. Eu só queria ter tido as mesmas oportunidades que todos, coisa que não tive".

Fonte: Vasco Expresso