Futebol

Anderson Martins e a curiosa história dos seus dois pais

Rio - ‘Você é louco de deixar ele ir para Salvador.’ Esta era a queixa da mulher de seu Luiz Martins quando o pequeno Anderson, então com 11 anos, estava com passagem comprada para sair de Fortaleza e fazer um teste no Vitória. Nos mais de 10 anos que esteve longe da família, Anderson Martins teve a ajuda de muita gente no Barradão, mas principalmente de Edmilton Pedreira, o Tuca, massagista do Rubro-Negro baiano, um outro pai para o zagueiro do Vasco. Hoje, na segunda partida seguida contra o Palmeiras, às 16h, em São Januário, apenas o pai ‘verdadeiro’ vai estar no estádio.

\"O Tuca é um paizão mesmo. Ele faz parte da nossa vida. Temos muita gratidão, porque o Tuca foi muito importante naqueles momentos que o Anderson chegou sozinho na Bahia\", lembra seu Luiz, pai de Anderson, que vai ver o filho ao vivo pela primeira vez com a camisa do Vasco.

Ex-jogador, Tuca perdeu a visão aos 16 anos, quando teve deslocamento de retina ao levar uma bolada na cabeça. Mas isso não o impediu de trabalhar no futebol do clube baiano. Muito menos de ficar muito amigo de Anderson. \"A gente dizia que quem chegasse primeiro à seleção brasileira levaria o outro. Mas acho que ele vai chegar bem antes do que eu\", brinca o massagista, que engana muita gente com a sensibilidade desenvolvida sem a visão.

\"Era impressionante como ele subia correndo, sozinho, um escadão lá no Barradão. Quando a gente ia levá-lo em casa, ele se localizava pelos quebra-molas\", lembra Anderson Martins, que lembra de outra. \"Uma vez ele e o Betão, da musculação lá do Vitória, pegaram um ônibus para o Centro. No meio do caminho, ele percebeu pelas curvas que estavam fazendo que tinham pego o ônibus errado. Em vez de as pessoas ajudarem ele, era ele que ajudava os outros\".

Fonte: O Dia