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Análise: Vasco tem baixa decisão ofensiva em derrota para o Fluminense

A primeira derrota do Vasco sob o comando de Ramon Menezes (oito jogos no total, cinco deles no Brasileiro) tem explicações e traz lições para o decorrer da temporada. Se é verdade que o elenco curto frente aos desfalques dificultou a montagem do time para enfrentar o Fluminense, a baixa produção ofensiva revelou que as escolhas do técnico não surtiram efeito no revés por 2 a 1.

Nada, porém, para pânico. Mesmo com um jogo a menos, o Vasco tem bom início de competição. Fechou o sábado em segundo e, a depender dos resultados paralelos, na pior das hipóteses, cai para o quarto lugar no domingo.

O contexto pré-jogo era o seguinte: Andrey, suspenso, e Vinícius, com Covid-19, viraram desfalques. Antes deles, Bruno Gomes, também testado positivo para o novo coronavírus, já estava fora. Desta forma, Ramon mudou a equipe pela quinta fez em cinco rodadas - não repetiu escalação uma única vez.

Sem os dois jogadores que atuam na função de primeiro volante, o técnico apostou em Carlinhos. Para tal, deslocou Fellipe Bastos para a primeira função do meio. Não deu certo. A qualidade na saída de bola piorou drasticamente e, com o posicionamento equivocado, generosos espaços foram oferecidos ao adversário, algo até então não visto na organizada equipe vascaína. No ataque, Guilherme Parede pouco participou tanto que saiu no intervalo.

- Pensei que o Bastos poderia ser recuado e fazer a função do Andrey e do Bruno Gomes. A colocação do Carlinhos foi em cima disso. Ele foi um misto de meia e volante, para circular a bola e termos dois jogadores com bons chutes, para tirar a bola da zona de pressão. Estudamos muito o adversário, mas sofremos um gol muito cedo. Depois, o time conseguiu buscar o equilíbrio e criamos mais pois melhoramos o posicionamento. Tivemos dificuldade para sair jogando de trás, é verdade - analisou o técnico.

O gol de Dodi logo a dois minutos tornou o confronto mais difícil para o Vasco. Foi a única diferença dos quatro jogos anteriores. Em todos, o time de São Januário começou pior, mas não havia vazado. Não à toa o capitão Leandro Castan cobrou mais atenção do time, afinal, foi a primeira vez que a equipe saiu perdendo uma partida sob comando de Ramon.

A questão é que o técnico não tinha muitas opções. Apenas Juninho, que iniciou o segundo tempo, poderia fazer a função. Aqui mérito do Vasco, que resolveu o imbróglio da renovação e o colocou à disposição do técnico. Porém, a substituição não mudou a forma de o time atuar. O volante entrou no lugar de Parede, o que manteve a ineficiência da formação com Carlinhos e Bastos.

Carente de Andrey, que inicia a construção ofensiva, o Vasco foi presa fácil ao Flu. Não envolveu o adversário, praticamente não entrou na área dele. Conseguiu nove finalizações (só uma de Cano), mas chance clara mesmo - tirando o gol de Talles - só em bola parada. Em dois escanteios, no primeiro tempo, Ricardo Graça e Cano assustaram o goleiro Marcos Felipe. Yago Pikachu, em mais uma atuação abaixo, não ajudou no ataque.

Desta forma, Benítez ficou sobrecarregado no meio. Conseguiu com Bruno César uma tabela, a única jogada trabalhada que, no rebote do goleiro, gerou o gol de Talles. Ramon ainda mandou a campo Pec, que, embora voluntarioso e atento na recuperação de bola, pouco contribuiu para mudar o rumo da partida.

- A gente tem de ter calma. A sequência era de vitórias e agora veio a derrota. Perdemos a primeira, sofremos um gol e saímos perdendo pela primeira vez. O trabalho é esse. No elenco, temos jogadores que podem fazer mais de uma função. Eu estou muito satisfeito com o que temos. Não faltou atitude, garra e luta e fomos até o final tentando o empate - disse Ramon ao ser perguntado sobre a necessidade de reforços.

Talles, até o gol marcado, fazia a melhor atuação na temporada. Mesmo isolado muitas vezes na esquerda, teve vitória pessoal sobre a marcação. Perdeu a cabeça ao revidar entrada sofrida de Igor Julião. Fará falta na quarta, na Vila Belmiro, contra o Santos.

Fonte: ge