Análise: Vasco desperdiça, deixa espaço entre as linhas e vive dilema
O empate em 0 a 0 com o Fluminense não foi o resultado que o Vasco esperava conquistar neste sábado à noite, no Maracanã. Mais do que isso: a atuação no clássico, válido pela 30ª rodada do Campeonato Brasileiro, não agradou. O Cruz-Maltino apresentou falhas que não são comuns desde quando Luxemburgo assumiu a equipe e precisa corrigí-las.
Quando não tinha a bola, principalmente no primeiro tempo, o Vasco teve suas linhas distantes e não conseguiu fazer a marcação no campo do Fluminense surtir efeito. Com a bola, o Cruz-Maltino não foi eficaz em uma de suas principais qualidades: o contra-ataque. Pecou na "hora H" e desperdiçou as poucas chances criadas. Sorte do Tricolor.
Veja, abaixo, a análise do Vasco no empate com o Fluminese:
Espaço entre as linhas
O Vasco começou mal o clássico no Maracanã. Sem a posse de bola, variava a marcação entre seu campo de defesa e a tentativa falha de pressionar a saída de bola do Fluminense. Como na imagem abaixo, o Cruz-Maltino em algumas oportunidades avançou sua linha mais ofensiva, mas abriu buracos no meio de campo.
Quando conseguia passar por essa primeira marcação do Vasco, o Fluminense ficava em superioridade numérica para atacar, e os jogadores comandados por Vanderlei Luxemburgo tinham de correr em direção ao seu próprio gol para evitar o pior. O Tricolor também não conseguia aproveitar os espaços deixados.
Essa imagem mostra o espaço que o Vasco deixa entre zaga e ataque. Na sequência do lance, Flu conseguiu sair jogando e ficou em maioria na frente. A pressão não tem surtido efeito #trmaraca pic.twitter.com/ii88AecgbC
— Bruno Giufrida (@bgiufrida) 2 de novembro de 2019
Rebotes
O que também prejudicou o desempenho do Vasco no primeiro tempo foi a desatenção em segundas bolas. A maioria das rebatidas pela zaga cruz-maltina ficava nos pés dos jogadores de meio de campo do Fluminense. Assim, os visitantes tinham dificuldade para puxar contra-ataques, que era a principal proposta no primeiro tempo.
Dilema no meio
A entrada de Guarín como titular fez Luxemburgo mudar a forma de jogar. Antes, o Vasco costumava marcar num 4-1-4-1, com a segunda linha de quatro formada por, quase sempre: Rossi, Raul, Marcos Júnior e Talles (com as costumeiras entradas de Bruno Gomes, Marrony e qualquer outra peça, mas sem mexer no esquema).
Agora, com Guarín no meio, o Vasco marcou diante do Fluminense num 1-2-1 no meio, com o colombiano mais próximo de Ribamar e com mais liberdade, sem tanta obrigação defensiva. Assim, não precisa se desgastar na marcação. A mudança, porém, deixou neste sábado o Cruz-Maltino com menos intensidade, mas mais habilidade e qualidade técnica para atacar.
Em entrevista coletiva, Vanderlei Luxemburgo assumiu o erro e disse que Guarín entrou em campo fora de posição, mas que o colombiano será titular na quarta-feira. No segundo tempo do clássico, Raul e Marcos Júnior foram utilizados.
Erros em contra-ataques
O Vasco, desde a chegada do técnico Vanderlei Luxemburgo, se especializou em ser praticamente letal em contra-ataques. Costuma ser uma equipe que se defende bem e sabe aproveitar as poucas chances que cria. Contra o Fluminense, porém, não foi assim.
Apesar de mais uma vez ter tido espaço para contra-atacar, o Vasco não conseguiu aproveitar as oportunidades que poderia ter construído com a velocidade de Rossi pela direita e Marrony pela esquerda.
No segundo tempo, inclusive, Rossi ficou no mano a mano com um zagueiro adversário e tomou a decisão errada na hora de achar um companheiro melhor posicionado para dar sequência à jogada. Assim, o Vasco desperdiçou as poucas oportunidades criadas no Maracanã.
- Nossa tomada de decisões no contra-ataque teve equívocos – disse Vanderlei Luxemburgo.
Fonte: ge