Análise: Vasco consolida reação no Brasileirão
O Vasco está fora da zona de rebaixamento do Brasileirão. Jogou mal nesta segunda-feira, contou com Léo Jardim inspirado para segurar o América Mineiro fora de casa e precisou tirar proveito de uma expulsão do adversário. Mas está fora da zona de rebaixamento.
É só o que importa neste momento.
No Independência, o Vasco de Ramón Díaz apelou para sua face "resultadista" para sair com a vitória. O gol salvador de Jair saiu aos 45 minutos do segundo tempo, um desvio leve após cobrança de falta que trouxe um alívio gigantesco para milhares e milhares de torcedores. Afinal de contas, foram 126 dias consecutivos entre os quatro últimos colocados do campeonato.
De 18º, o Vasco pulou para 15º, colocou dois clubes entre ele e a zona de rebaixamento e encerrou o mês de setembro com três vitórias consecutivas, duas delas em confrontos diretos (Coritiba e América-MG) na parte debaixo da tabela - terá mais um na próxima rodada, contra o Santos.
Desde a chegada do treinador argentino e de seu filho, o auxiliar Emiliano Díaz, o aproveitamento é de 56,6%. Não só isso: o time encontrou um padrão de jogo e vive certamente o seu melhor momento técnico, com atuações animadoras, e psicológico, dada a capacidade de superar diferentes adversidades dentro da mesma partida.
Se há alguma operação em andamento para salvar o Vasco, Ramón e Emiliano são os comandantes.
São Léo Jardim
Como nem tudo é perfeito, a decisão de Ramón de repetir a escalação da goleada sobre o Coritiba mostrou-se equivocada nesta segunda-feira. A equipe foi amplamente dominada pelo América Mineiro no Independência e só não saiu atrás no placar porque Léo Jardim estava atento no gol.
Os donos da casa apostaram em estratégia que anulou as principais valências ofensivas do Vasco, com uma linha de cinco postada à frente da área cujo objetivo era impedir a chegada de Rossi pela ponta e os trabalhos de Paulinho e Payet pelo meio. O resultado foi a estatística assustadora de 13 finalizações do Coelho contra nenhuma do time cruz-maltino no primeiro tempo.
O América pressionou praticamente durante todos os 45 minutos iniciais, postura que obrigou Léo Jardim a trabalhar. O goleiro do Vasco foi o responsável por pelo menos seis defesas importantes, a mais difícil delas em finalização de Martínez que ele salvou à queima-roupa. Foi certamente um dos melhores jogadores da equipe em campo.
Já nos acréscimos, a sorte do Vasco começou a mudar com a expulsão de Maidana, que acertou o cotovelo no rosto de Vegetti e recebeu o cartão vermelho após consulta do árbitro no VAR. Haveria ainda um segundo tempo inteiro para tirar proveito disso.
O gol do alívio
Ramón Díaz respondeu à expulsão com as entradas de Sebastián Ferreira e Gabriel Pec na equipe, mas o Vasco demorou a entrar no jogo e ainda tinha dificuldade para infiltrar na defesa do América.
As coisas clarearam especialmente depois que Jair entrou no lugar de Zé Gabriel, um dos destaques da reação do Vasco no Brasileirão, mas que não teve boa atuação no Independência. O camisa 8 entrou com personalidade e verticalizou o jogo, com enfiadas de bola que quebravam as linhas do América.
O Vasco passou a balançar a defesa do adversário, levando o jogo de um lado para o outro e arriscando o cruzamento à procura de Ferreira e Vegetti na área. O primeiro quase marcou em cabeçada aos 24. Já o camisa 99 levou perigo em uma finalização por cima e, em seguida, carimbando a trave de Cavichioli.
O gol só saiu aos 45, na base da insistência. Jair marcou seu terceiro gol neste Brasileirão, sem dúvida alguma o mais importante desde que chegou ao Vasco.
Fonte: ge