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Análise: Vasco consegue mudar, porém expulsão enterra chances de reação

Lisca troca nomes e esquema tático, time tem inicio animador, mas vermelho para Jabá no primeiro tempo enterra chance de classificação. Polêmicas de arbitragem são protagonistas

Lisca falou que o Vasco precisava mudar e de fato não teve medo de ousar. Trocou nomes e alterou o esquema, mas viu qualquer chance de reação na Copa do Brasil cair por terra ainda no primeiro tempo em São Januário. Em um jogo com muitas novidades, mas ainda mais polêmicas, o clube carioca deu adeus à competição ao perder por 2 a 1 para o São Paulo. No placar agregado, 4 a 1 para os paulistas.

Lisca surpreendeu na estratégia. Com três zagueiros e duas linhas de três no meio de campo, o Vasco tentou algo diferente e saiu da mesmice dos últimos jogos. Começou bem, com aproximação, movimentação e deu a impressão de que poderia ao menos lutar pela improvável classificação, após perder para o São Paulo por 2 a 0 no primeiro jogo. No entanto, a expulsão de Léo Jabá aos 31 minutos do primeiro tempo enterrou os planos. É difícil prever o que poderia acontecer se o time continuasse com 11 em campo. O início era animador.

Confuso, mas agradável

Quando a bola rolou, foram precisos alguns minutos para entender a estratégia do Vasco. O time entrou em campo no 3-3-3-1, com três linhas de três. Ernando, Miranda e Castan formavam a defensiva. A segunda tinha uma trinca de volantes, com Bruno Gomes, Zeca e Juninho. A terceira, que dava sustentação a Cano, teve Morato na esquerda, Jabá pela direita e Marquinhos Gabriel centralizado. Embora confusa, a engrenagem funcionava.

Chamou atenção a movimentação dos jogadores. Zeca, por exemplo, jogou como volante, mas também caiu bastante pela esquerda, por onde costuma jogar. Marquinhos e Morato se alternavam. Juninho tinha liberdade para avançar. E foi dos pés do jovem, uma das novidades de Lisca, que o Vasco teve sua melhor chance. Juninho tabelou com Cano, e o argentino marcou. O árbitro Anderson Daronco, porém, assinalou mão do meia vascaíno. Após revisão do VAR, ele manteve sua posição. Essa foi apenas uma das polêmicas da partida.

Expulsão muda cara do jogo

O Vasco também reclama de um pênalti de Miranda em Léo Jabá. Arbitragem de campo e árbitro de vídeo nada marcaram. Pouco depois, o mesmo Jabá atingiu Reinaldo e foi expulso corretamente. Com um jogador a menos, o Vasco viu seu esquema ruir e sua estratégia desmoronar, uma vez que voltou a jogar com uma linha de quatro na defesa, com Zeca na lateral, e perdeu força ofensiva. O gol de Rigoni, no fim da primeira etapa, deixou o São Paulo com três gols de vantagem no confronto.

Lisca aproveitou o intervalo para reorganizar o Vasco. Colocou Léo Matos na lateral e trocou Morato por Galarza. Já sem a mesma movimentação e aparentemente nocauteado, o Vasco viu seu ex-camisa 10, Martin Benítez, marcar aos 4 minutos em chute de fora da área, que ainda desviou em Castan.

Após o gol, o Vasco jogou a toalha. Com o jogo perdido, Lisca sacou Cano para preservar seu principal jogador, e o Vasco terminou a partida sem atacantes. Sarrafiore, que o substituiu, entrou bem, participou com Zeca da jogada do gol de honra do Vasco (contra de Lizieiro) e parece ter plantando uma sementinha para ter chance entre os titulares.

O Vasco, que ficou revoltado com a arbitragem de Anderson Daronco e protestou após a partida, ainda questiona a não marcação de um pênalti de Nestor em Galarza e a expulsão de Leandro Castan por falta em Vitor Bueno. O time carioca terminou o jogo com dois jogadores a menos.

O saldo final é a previsível eliminação, mas também a impressão de que Lisca ousou, procurou sair da mesmice e pode ter encontrado uma nova forma de jogar para o Vasco, tão criticado pela previsibilidade ao longo da Série B.

Fonte: Globo Esporte