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Análise tática de Vasco 2 x 0 Botafogo

m clássico com peso decisivo na disputa pelo caneco nacional. Realmente, esse Vasco x Botafogo desse domingo, válido pela 34ª rodada do Campeonato Brasileiro, era valioso demais. Para o Vasco significava a possibilidade de retomada da co-liderança, visto que o Corinthians já havia vencido; para o Botafogo, o triunfo seria responsável por devolvê-lo à cabeça da tabela. Deu Vasco, em um 2 x 0 de supremacia e grande mérito do comando tático.

Cristóvão, de fato, surpreenderia Caio Júnior. O treinador botafoguense e pouca gente poderia imaginar que o auxiliar de Ricardo Gomes mudasse tão drasticamente a estrutura cruzmaltina dos últimos jogos. Mas foi o que aconteceu. Cristóvão Borges surpreendeu ao escalar o time sem um centro-avante de ofício e reforçar seu meio de campo com Allan. Surpreendeu também ao deixar Juninho nas poltronas de reserva, e não repetir a escalação de Felipe na lateral esquerda.

Com tanta surpresa do rival, o Botafogo, mesmo começando melhor na partida, esteve totalmente perdido na primeira etapa. A equipe de Caio Júnior se viu em desvantagem no meio de campo com a sua marcação deveras má encaixada e muito facilitadora. Marcello Mattos pegava o “trequartista” Felipe, Renato ficava com Fellipe Bastos enquanto Elkeson acompanhava Rômulo. A marcação alvinegra contava ainda com Maicosuel e Herrera acompanhando os laterais adversários. Faltou, porém, o relato de uma marcação: a de Allan. E, de fato, foi o que aconteceu. O #35 vascaíno esteve completamente livre na primeira etapa, tanto é que foi decisivo no gol inaugural e foi um dos comandantes do ritmo de jogo vascaíno. Caio Jr., realmente, não esperava esse “mais um no meio de campo cruzmaltino”. E a surpresa de Cristóvão Borges obteve amplo sucesso.

O Vasco jogou em um 4-3-1-2, com meio de campo em forma de losango. O Botafogo, por sua vez, esteve no seu habitual 4-2-3-1, estando sempre em desvantagem numérica no meio de campo, e com sua marcação sem encaixe. Veja o desenho tático do primeiro tempo, amplamente dominado pelos vascaínos:

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Não podia ficar do jeito que estava para o Botafogo. Se quisesse reverter o placar, o glorioso teria que resolver o seu problema de meio de campo. Para tal, no intervalo, Caio Jr. mudou o posicionamento de Renato, transladando-o para o lado esquerdo da proteção, fazendo-o pegar o livre Allan. Já Bruno Thiago, que havia entrado no lugar de Marcello Mattos, lesionado, atuou do lado direito do setor, forçando Felipe a cair para aquele lado. A medida quebrou o losango vascaíno e tirou o “maestro” da função de #10, que desempenhava até o momento.

Sobrou para Fellipe Bastos ficar bastante aberto pela esquerda, terminando com a superioridade vascaína de meio de campo. Nesse momento, eram três contra três nesse setor. Muito porém, o panorama da partida não tenha mudado drasticamente, e o Vasco continuasse a dominar as ações, dessa vez bastante em virtude do ótimo estado técnico de Fellipe Bastos, Felipe e Allan. Veja a seguir o desenho tático:

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Já com os dois a zero no placar, o Vasco teve Rômulo expulso por um “pico de ego” do comandante arbitrário da partida. Para se reorganizar, Juninho Pernambucano entrou no lugar de Éder Luís e Nílton na vaga de Fellipe Bastos. Dessa forma, o Vasco passou a aceitar o seu novo esquema, mesmo que este tenha sido inicialmente imposto pelo Botafogo, o 4-4-1. No novo esquema, o Vasco atuava em duas linhas de quatro. Éder Luís recompunha pelo lado direito, e Nílton fechava espaços pela esquerda. Juninho e Allan ficavam pelo meio.

Na sua nova estratégia de jogo, o gigante da colina conseguiu cumprir muito bem a sua função: manter a marcação encaixada. E muito bem definida, diga-se de passagem, e digna de elogios ao comando técnico-tático da equipe.

Veja a seguir como, mesmo tendo um jogador a menos, o Vasco conseguiu “engolir” o Botafogo com uma marcação super-eficiente:

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Das cinco rodadas que restavam para o Vasco, uma já se foi. Dos três clássicos, um também já se foi. O importante disso, no entanto, é que a vitória bastante necessitada foi alcançada. Dessa forma, o cruzmaltino segue na cola do líder Corinthians (que também venceu na rodada). O Botafogo vê os líderes a uma distância bem maior, e agora deve se focar em conseguir uma vaga na libertadores. Com quatro rodadas tudo pode acontecer, mas o título fica um pouco mais distante de General Severiano.

Bem perto do fim, o Brasileirão parece, enfim, se desenrolar com o descolar de Vasco e Corinthians. Não duvide, porém, do Campeonato Brasileiro. Muita coisa ainda pode acontecer. O clima de fim de festa não garante que a melhor música já tenha sido tocada.

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Fonte: Na Prancheta