Análise tática de Vasco 2 a 1 Internacional
O título é um claro trocadilho, pois mais uma vez, os jogadores provenientes da base vascaína se fizeram decisivos para uma vitória mais do que importante. Apenas 3 pontos em 21 disputados era a realidade do Vasco da Gama, último colocado do Campeonato Brasileiro. Como se os problemas de resultados não bastassem, a equipe contava com problemas de saídas de jogadores, problemas financeiros e políticos. O cruzmaltino entraria em campo na sexta, sem poder contar também com Werley (lesionado) e Lucas Mineiro, suspenso.
Para a zaga, Luxemburgo optou por utilizar Oswaldo Henríquez, que já fora seu comando no Sport, para fazer a dupla com Ricardo. E o colombiano fez partida impecável, apesar da falta de ritmo, vencendo 100% dos duelos travados (4 pelo chão e 2 aéreos). Já no meio, Luxa contou com a volta de Raul (suspenso na última rodada) e promoveu a titularidade de Andrey, na vaga de Fellipe Bastos. Com isso repetiu a trinca de volantes: Desta vez com Raul centralizado, Marcos Junior e Andrey se alternando, mas com o prata da casa, prioritariamente pela esquerda. E o ataque mantido: Rossi pela direita, Marrony pela esquerda e Tiago Reis de centroavante. E o Gigante contava também com o retorno de Fernando Miguel ao gol que teve atuação destacada e decisiva.
Desde o início da partida, o Gigante da Colina dava indícios de que a evolução tão comentada por nós era realmente algo que estava virando um padrão: 4-1-4-1 sem a bola, bloco médio, jogadores fazendo encaixes individuais no portador da bola e nas opções de passes imediatas dele. Um balanço e um combate mais eficaz, do que o visto com os antigos treinadores. Laterais (que sofrem problemas defensivos) ganham apoio (de um ponta e um volante) nesta formação. E o meio campo fica melhor ocupado, negando espaços ao adversário.
A partida do Vasco não era excelente, era apenas organizada e planejada. Os ataques eram feitos sempre pelas pontas, buscando Rossi e Marrony, que tiveram bons momentos na primeira etapa (principalmente o primeiro). Mas neste esquema, jogando sem um meia de criação, e com a ausência de pontas construtores no elenco (conta apenas com Lucas Santos com esta característica), o time fica muito vertical e pouco cerebral. Dificultando também que jogadores se associem e dialoguem com os pontas para gerar superioridade pelos lados. Andrey e Marcos Junior participam do momento ofensivo, com muita frequência até, foram os jogadores que mais receberam passes na equipe vascaína (37 Marcos Junior, e 29 Andrey – empatado com Rossi), mas são jogadores com característica de jogo de controle, circulação e construção no início da jogada, não de criação efetiva e passes decisivos. Mas há de se destacar a melhora na saída de bola com 3 homens de bom passe por ali. Com este esquema, o volante mais adiantado foi Marcos Junior, mas também participou com afinco e eficiência do momento defensivo.
Mais um aspecto que merece destaque no modelo de jogo que se desenha com Luxemburgo é a aplicação tática dos pontas. Marrony e Rossi marcaram intensivamente e apoiaram os laterais o jogo todo. Isso inclusive gerou queda no desempenho de ambos na segunda etapa.
O outro volante, Raul, teve papel fundamental no equilíbrio. Elo entre defesa e meio, e responsável pela saída de 3 (se juntando aos zagueiros), ele terminou a partida com 100% no aproveitamento de passes (Andrey também teve ótimo aproveitamento – 95%). Neste tipo de saída, os laterais avançam para preencher o meio e o volante tem a missão de qualificar o início da construção. Andrey e Marcos Junior recuavam e ficavam como primeira opção dos defensores.
Nessa primeira etapa, foi um confronto de equipes que gostariam de reagir mais as ações dos adversários do que propriamente propor o jogo. Mas com o Vasco mais empolgado, organizado e empurrado por sua torcida, o Inter quando tinha a bola, tentava baixar o ritmo da partida, e valorizar a posse. O time gaúcho também sentiu muita dificuldade em criar nos 45 minutos iniciais, pois o meio campo do Vasco negou bem os espaços e diminui o raio de ação de jogadores importantes no colorado, como Nonato, Edenilson e Nico López. Com a ausência de Guerrero, seu substituto Sóbis saía muita da área e tentava participar da circulação e construção pelos lados, buscando associações, mas parando no sistema defensivo vascaíno. A ausência do lateral Iago também foi sentida, pois é uma das forças do Inter, tendo grande força de ultrapassagem, enquanto Uendel, tem características mais de posse, passe e gosta de centralizar as jogadas. Quando tudo caminhava pro 0x0 no intervalo, Rossi cruza da esquerda, a defesa colorada afasta e Andrey pega de canhota, um belo chute pra abrir o placar. Na empolgação, ainda deu tempo de outro prata da casa se consagrar. Após excelente cobrança de falta no travessão, Tiago Reis, aproveita o rebote e cabeceia tirando do Lomba: 2×0 Vasco.
Para a segunda etapa já era esperada uma postura mais defensiva do Vasco, até buscando explorar contra ataques e o Inter mais agressivo e ofensivo. E foi exatamente o que aconteceu. E isso foi potencializado pela entrada de Patrick, que deu muito trabalho ao lado direito defensivo do Vasco e foi a principal arma de ataque dos gaúchos Seja trabalhando ou pelo flanco, por dentro, buscando gerar espaço para o lateral atacar, ou até dando profundidade.
Nico, jogando flutuando um pouco mais também entrou no jogo e subiu seu desempenho. O Vasco acabou abaixando demais as suas linhas e continuava marcando bem, na medida do possível mas com grande volume do Inter, e queda de intensidade e vigor físico do cruzmaltino, o colorado chegou ao empate e exerceu pressão (mesmo sem grandes chances criadas) até o fim da partida. Luxemburgo por sua vez, não conseguiu acertar as substituições, deixando a equipe sem acertar os contra ataques e sem conseguir reter a posse no ataque.
Com isso, a equipe de São Januário, alcançou sua primeira vitória no campeonato, suada e sofrida, mas igualmente importante. Para finalizar sua participação antes da Copa América, Vasco recebe o Ceará, na quinta, enquanto.
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