Análise: Substituições fazem Vasco perder o controle da partida
O Vasco voltou de Xerém com sabor amargo pelo empate por 2 a 2 com o Madureira, neste sábado, principalmente por ter aberto 2 a 0 e posteriormente cochilar na bola parada. Mas há o que ser comemorado. O time fez seu melhor jogo em 2021 - a vitória sobre o Macaé deu-se diante de adversário muito frágil -, triangulou jogadas e teve o controle durante a maior parte do confronto. Faltou pontaria no fim, porém houve criatividade e boas atuações individuais.
Galarza é uma grata surpresa. Já tem dois gols em quatro jogos e não para durante os 90 minutos. Já nos acréscimos foi possível vê-lo dando combate na linha de fundo do Madureira e fazendo faltas. Zeca, além do golaço, começa a se soltar e mostra poder para armar o jogo por dentro. A bola em profundidade funcionou bem. Vários jogadores fizeram uso desse artificio, como o próprio Zeca, Miranda, Bruno Gomes e Marquinhos Gabriel, o melhor deles no quesito.
Cano ainda não está na ponta dos cascos, comete alguns erros que não costuma, mas segue muito acima da média. Substituições forçadas após a parada técnica do segundo tempo, porém, provocaram um apagão que foi crucial para o tropeço.
Bem postado, Vasco é melhor no primeiro tempo; Cabo canta pedra do gol em parada técnica
O primeiro tempo mostrou um Vasco bem melhor no que nos últimos jogos. Miranda ganhava todas pelo alto e saía bem para o jogo e com passes em profundidade. Logo aos três minutos, deu belo lançamento para Cano, que parou no goleiro Felipe Lacerda.
Promovido a titular por Marcelo Cabo, o paraguaio Matías Galarza mostrou-se disposto a aproveitar a oportunidade. Com muita intensidade, apresentava-se para distribuir passes - às vezes forçava alguns - e combatia bastante. Acabou premiado com gol aos 27 minutos numa ótima trama ofensiva.
Na parada técnica, Cabo avisara que o mapa da mina era pelas costas do lado esquerdo da defesa adversária e que Maurício Barbosa, o quarto zagueiro, era mais lento do que Bruno Calixto. Ciente disso, Marquinhos Gabriel recuava e vinha lançando boas bolas. Acabou sendo certeiro no lance do gol. Esticou para Tenório, que cruzou na medida para Galarza marcar. Na transmissão, é possível ouvir o treinador afirmar: "Aí, Marquinhos, gira e joga (duas vezes)". Assim o meia fez, e o Vasco abriu o marcador.
O Vasco esteve bem postado, com seus zagueiros se entendendo bem com Bruno Gomes e os demais meias. Quando Bruno se colocava entre Miranda e Graça, os laterais saíam. Por isso, errou poucos passes na primeira etapa e geralmente saía na boa. Teve 62% de posse de bola e finalizou mais: 7 a 4.
Cano teve um início bom, com finalização e passe de primeira, mas depois deu uma sumida. Gabriel Pec e Zeca também não apareceram bem na etapa inicial. Quando exigido, Lucão fez grande defesa em falta de Breno Calixto e num escanteio venenoso.
Substituições forçadas fazem Vasco perder o controle, e empate sai rapidamente
A exemplo do ocorrido no primeiro tempo, Cano voltou do intervalo buscando muito o jogo, Pec procurou aparecer mais, e o Vasco tinha o controle, apesar de algumas investidas do Madureira pelo lado esquerdo da defesa vascaína.
O segundo gol, porém, foi mais um indício do quanto o Vasco melhorou neste sábado e o quanto aprendeu a explorar a bola em profundidade. Bruno Gomes lançou na medida, Cano saiu da área e ajeitou. Zeca arrumou o corpo e soltou um balaço. A jogada foi muito bem construída.
Na parada técnica, Marcelo Cabo avisou: "Controle de fadiga (e começa a perguntar se os atletas estão inteiros), hein. A gente não precisa mais fazer a pressão lá no gol deles, pressiona no bloco médio. São 40 graus de temperatura. Vamos deixar um terço do campo para eles jogarem, mas entrou no segundo terço... Só vamos abdicar do primeiro terço, mas vamos buscar o terceiro gol".
Mas foi o Madureira quem chegou primeiro e rapidamente empatou após a pausa para hidratação. Aos 23, Juninho bateu falta, e Feitosa, livre, desviou sem chances para Lucão. Cano foi quem cochilou na marcação, apesar de não ser o seu forte. Quatro minutos depois, a igualdade veio em bola parada. Juninho levantou na área, e Maurício ganhou de Ulisses, que acabara de substituir Miranda, e Ricardo Graça pelo alto.
O controle de fadiga calculado por Cabo junto ao médico Gustavo Caldeira se fez necessário no aspecto físico, mas foi justamente o que possibilitou o empate. As mexidas tiraram momentaneamente o controle do Vasco, que era absoluto no jogo.
- Um pouco antes do tempo técnico o doutor Caldeira falou que alguns estavam com perna pesada, Miranda avisou no primeiro tempo. Bruno estava com náuseas por causa do calor. Esperamos a parada para reidratar os jogadores. Infelizmente Marquinhos sentiu perna pesada, Miranda teve fisgada na coxa, mas não consigo precisar em qual. Bruno passou mal no início do primeiro tempo. Perdemos três de uma leva só. E dois jogadores do meio, e aí foi a hora que a gente descontrolou. Não pude fazer mexidas táticas - explicou Cabo após o jogo.
Miranda, que sentiu uma fisgada na coxa direita, ganhava todas pelo alto, fazia bem a ligação direta e se entendia muito bem com Bruno Gomes, outro que teve de sair. Marquinhos Gabriel era outra figura de destaque, mas também precisou ser substituído. Ulisses e Caio Lopes não conseguiram manter o nível dos dos primeiros.
No final do jogo, o Vasco se organizou com bom entendimento entre Zeca e Laranjeira, revezando-se na armação pela esquerda, mas perdeu chances aos montes. E ótimas oportunidades por sinal. Tiago Reis, Vinícius e até Cano erraram dentro da área do Madureira em lances consideravelmente fáceis.
Apesar do cochilo na bola parada, o saldo da atuação foi positivo. O resultado é que foi péssimo devido ao início ruim no Carioca. O time mostrou bom posicionamento, triangulações interessantes, intensidade e criou bastante, finalizando 16 vezes. Faltou acertar o pé nos 10 minutos finais.
Fonte: geMais lidas
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