Análise: SAF pode mudar o cenário na Colina
A política vascaína é terrível, cruel, pune ferozmente o clube, o expõe com eleições conturbadas e a constante luta pelo poder, marcada por duelos intermináveis entre grupos políticos que se digladiam e eventualmente se unem contra um inimigo comum para voltarem ao confronto. Não acaba nunca.
Escândalos como o da "urna sete" e a eleição com apuração dos votos às escuras e sem todas as chapas presentes fazem parte do histórico recente da agremiação que detém uma das maiores torcidas do país. Uma torcida nacional, grande o bastante para tirar o Vasco da Gama das trevas.
Mas isso não tem sido viável, apesar o enorme engajamento dos vascaínos quando convocados a ajudar seu clube. Por que os grupos políticos não permitem, não existe união, derrotas eleitorais jamais são aceitas por todos e candidatos que surgiram com jeito de algo novo, caíram na mesmice.
A morte de Eurico Miranda deixou um vácuo que personagens da política de São Januário tentam ocupar, invariavelmente com duelos, confrontos, liminares e diversos recursos na justiça. Agora, com a Sociedade Anônima do Futebol (SAF), tudo poderá mudar na Colina.
Sim, porque se o futebol do Vasco tiver um dono, ele decidirá os rumos, não dependerá de aprovações, conchavos ou acomodações políticas. Basta que os gestores sejam profissionais e competentes. E para isso que os vascaínos devem torcer, além de comemorar o fato de o time ficar livre da política de autoflagelação que machuca o clube há tanto tempo.
Fonte: Blog do Mauro Cezar - UOL